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INQUIETO

"Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Santana do Santo Nobre


Santana do Santo Nobre
tem poucos dentes na boca.
Porque os sorrisos são muitos.
Não sabe somar mais que quatro.
E, se lhe mostrar seu retrato,
não vai se lembrar de nada.
É que, em Alter do Chão,
não há espaço pra outra coisa
que não seja as mais maravilhosas
visões da vida.
E, enquanto puder pensar em mais nada,
Santana do Santo Nobre o fará.
Sol sobre o rio Tapajós.
Lua sobre os igapós.
Alter do Chão.
Alter de si.
Alter então.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Sensação sem noção

Vou tirar a tua roupa devagar,
me esfregar em todas as tuas partes.
E, quando parte do teu corpo desnudar,
vou beijar-te até que tenha um enfarte

Limparei toda a tua pele com a língua
e me ajudarás com a tua ginga,
a te fazer gozar, eternamente,
na impertinência sexual deste descrente.

Quando explorarmos os orifícios,
te terei pra sempre em nobre ofício
de transformar-te inteira em prazer.

Te fazer gozar é o artifício
pra me fazer gozar, desde o início,
pois, tua sensação é o meu lazer.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Leseira Baré


Quanta vontade eu tenho
de não fazer nada no engenho.
O calor subtraiu minha força
penso em estar só mais minha moça.
.....
Para analisar a vagareza
tem de estar na natureza,
que condiciona os passos
na lentidão dos traços.
......
Mal consigo traçar letras
pra compor esse sone.....

domingo, 11 de novembro de 2007

Transtorno da Bagunça Particular

Primeiro Lugar/ Categoria 19-55 anos
VI Concurso Municipal de Poesias Tereza Mª V. C. de Faria
Interpretada por Selma Mixttura
Poços de Caldas - Minas Gerais - 11 de nov de 2008
........

Saiba: as confusões que fiz
foram profundas do tronco à raiz.
Se duvida do que diz minha boca,
saiba que é doida, insana e louca!

E da loucura entendo bem,
entre doidos sei quem é quem.
Já você traz a sanidade pura,
a mais forte forma de loucura.

Toda essa confusão
não chega à explicação.
Pois entender é deixar morrer
o estimulante que nos faz Ser.

Eu sou confuso dentro do normal,
eu sou normal nessa confusão.
Sou o feliz mais triste na lida,
eu sou o triste mais feliz da vida.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Armoriar


Ponha um R rebelde no amoR!
Pense o avesso ao supor. 
O amor nos faz cometer os erros .
E a violência nos leva aos enterros .
..........

Mas sepultar uma dor assim,
é conquistar a liberdade enfim.
E a atrocidade dos seus punhos
conseguirá realizar seus sonhos.
.........

Assim será, como uma zona armada,
a transfigurar, de uma mente alada
para poder parar o poder podre.
..........

Pedaços de ti em cada rajada
acertarão as caras deslavadas
e poderá prender a arma no coldre!

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Amar a Mata


Um sentimento de proteção à Mata
é uma ofensa declarada a quem mata.
Se quiser, acaso, mostrar reação
ao grileiro da Mata em grande fração,
..........

ponha seus pés na estrada de terra.
Sinta em sua pele: o mormaço ferra!
A ameaça internacional gera ciúme
e já tiram, da floresta, seu perfume.
...........

Contudo, pouco dessa gente grita
contra os ritos da gente egoísta.
Acaricia na frente e , depois, destrata
............

Mesmo, no grito rebelde ambientalista
aje de forma legitima anarquista
para proteger e viver na Mata.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Rosa Viva



Poesia e foto de Juliana Biscalquin - http://www.20bonsepoucosanos.blogspot.com/


Vou deixar aroma até nos meus espinhos, rosa que sou...
Que o vento vá falando de mim, posto que é leve.
Quero perder-me para que não se esqueçam de mim
e viver intensa, mesmo que breve.

Vou desfolhar-me para não ter fim.
Pétala e pétala, por pétala que dance.
Sorrio leve para guerras em mim.
Prossigo mito, ainda que canse

Levo comigo ardor e procura,
altar e prece que me revele.
canto que nina, dor que me cura.
Excedo vida que sempre segue...


terça-feira, 6 de novembro de 2007

O Vendedor de balas

Estão levando o pobre pro buraco.
As alternativas que ele encontrou
pra mandar 50 conto pro nordeste
é vida de esmoleiro em que investe.
..............
Vive os percalços violentos das vielas
e sofre a desconsideração de velhas.
Se passar pelo efeito de ser invisível
poderá acumular pertences no desnível.
.........
O carpinteiro quer montar sua vinícola
talvez voltar à exploração silvícola.
Só que, agora, anda na rua sem vacina.
............
Pede pra ser preso, pra ter vida boa
ou uma terra, que ninguém lhe doa,
que irá proteger com sua carabina!

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Elucubrações fantásticas

Dizem que farão, de nós, garrafas pet.
Pagam um bocado para proteger de ti
..........................
Tratou de retratar-se à organização,
já que o assunto causa comoção
.......................
Outrossim, a madereira Gethal formou
com os interesses que o Reino bradou:
"comprem as terras tantas de Manicoré."
.........................
 Johan e Kuerten são laranja-atores
a receberem, em vão, vastos valores
por espoliar o que deixaram em pé.



Observação, Poesia hiperlinkada, clique nos links dentro da poesia para melhor compreensão

Amazônia Infestada


Um mal assola o solo da floresta.
Propaga-se pelos igapós e frestas.

Homens infestam esse organismo.
Deixam seqüelas com proselitismo.
Os micróbios se aproveitam dessa festa
farta e feita com a fatia que lhes resta.

Somos bactérias do evolucionismo

e traçamos troncos ao interagirmos.

Ouçamos o grito da morte indigesta.Nossa culpa está estampada na testa.
Então, findemos logo este terrorismo.
Apenas meio ambiente é o que resta
e teremos de reparar arestas

para não cairmos, de vez, no abismo.

domingo, 4 de novembro de 2007

Republique a República

Só lhe faço uma súplica,
Republique a República!
A tentativa que esvaiu
é um saber saboroso.
Não será desastroso
Se, já, no buraco caiu.

Pela boa vontade pública.
O Jornal da República!

O jornal dos jornalistas,
não tem empresas nas listras .
É o grito de independência
e o calar da clemência.

Aprenda com seu erro
e não trate como enterro
um exemplo exíguo
de um jornal-perigo!

Mino, uma só súplica:
Republique o Jornal da República!

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Emanauseado


Há vertigens nas lacunas da cidade.
Por vezes, o seu caminhar vem tarde.
As bravas conquistas por espaço
são feitas na manha de um só passo.

A doença pouco-a-pouco lhe invade.
Ehhh, triste cidade! Será ingenuidade
ou maldade? O que passou, passou
e passo-a-passo formou esse inchaço.

A inflamação explode sem piedade
e faz reagir com ginga e vontade.
O comportamento geral é crasso.

Há um ranço melancólico que arde
e a
leseira ofusca algum alarde
a se ocasionar no
mormaço.