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INQUIETO

"Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)

terça-feira, 6 de abril de 2010

Amo-te até


Amo-te até.
Trazeres ternura.
Teres tonteira em tortura.
Tremeres.
Textura.

Amo-te até
trazeres um tanto de taras.
Teres tremores.
 Temores.
Encaras?

Amo-te até
Troçares de um trapo
Torceres extrato
Tentar um
Contrato

Amo-te até
Trincarem todos sapatos
Tocarem teus tatos
Amo
Nos atos

Amo-te até
Um tanto de fatos
Teus traços nos autos
Encantos
Incautos

Amo-te até
Se entornas trabalho
E tomam atalhos
Teus falhos
Retalhos

Amo-te até
Tonto em tabaco
Traquejo de fraco
Teus traços
Ataco

Amo-te até
Tiveres teus tinos
Intenso intestino
Tragares
Destino

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Parta-se

Nada é como esperamos.

Ao pedir paz, brigamos.

Ao brigar, reconciliamos.

Ao querer comer, inflamos

e ao chorar, secamos.

Assim que somos, sumimos.

Se quisermos sumir, assumimos.

Ao se limpar, suínos.


Pra não acontecer

é só imaginar.

Se quiser lembrar, esqueço.

O que tem nos pés, cabeça.

O que tem nas mãos, engessa.


Para fugir sem pressa

pare de roer a mesa.

Para almoçar, a sobremesa.

Ao desconstruir, firmeza.

Ao pesar, leveza.


O reencontro é a arte do desencontro.

Para unir, desate.

Para respirar, enfarte.

Para calar, reparta.

Se quiser ficar, se parta.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Ligamentos Rompidos



Estirados cabos desunidos
são fios quebrados, iludidos
de um dia acharem pontas
e porem em dia as suas contas.
...
O mecanismo por eles movido
estático, espera ser ouvido,
pois teme padecer no esquecimento
se permanece, assim, sem movimento.
...
Os sinais elétricos enviados
acabam de uma forma enervados
por não alcançarem o seu destino.
...
Por um rompimento enviesado
de o por, em terminais, encarcerado
resultam em gritante desatino.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Consigo Contigo Comigo

Poesia vencedora do concurso de Poços de Caldas 2009


 Entreguei meus sentimentos nas palavras,
as que estavam engasgadas na garaganta.
Você sabe muito bem, não tenho travas
e essa é a qualidade que lhe encanta.

O seu jeito espôntaneo me fascina.
Tão novinha e a cabeça lá pra cima.
Vive o dia a dia em rua errante
e flutua com suíngue inebriante.

Não quero mesmo apenas um momento,
que levaria pro infinito um leve vento.
O que quero consigo é mais que brasa!

Só quero mesmo é lhe ter comigo
e em cada chuva desssa vida ser abrigo
pra lhe acolher segura em minha casa.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Ñ+TV/Ñ+MVT/Ñ+MTV


MVT,
Ñ Vô TiVê
Como TeVi
Nem na MTV

Se Ñ TiVÉ 1 VT
P/ TiFaZê Vê o Q
TiVe PorTi

Ñ Vô Vê +
Nô C
A BLeZ Qia C
TVC
e TV
Só P/
MIM.

Ñ+TV
Ñ+MVT
Ñ+MTV

*bye bye sweet november

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Yo-Yo

Em cada pedaço meu deixado
no ir e vir de um iô-iô lesado
vai ficar alguma marca minha
e apagará toda amorosa linha.

Se sou brinquedo de pouco divertimento
é bom que me desligue sem lamento
que agora a bateria resta fraca
e em meio aos movimentos sempre empaca.

Se conseguir se lembre que o motor
que move os mecanismos trazem dor
pois, sim, tenho nervos nessa parte.

As articulações estragadas de calor
refletem o desgaste de um amor
paralisante e passível de resgate.

sábado, 21 de novembro de 2009

tRePiDante

Meu peito, tRePiDante, ainda questiona
a profundeza exata do hematoma
marcado de uma forma destoante
por erro cometido e já distante.

As dúvidas que bloqueiam os batimentos
são caos aos meus nobres sentimentos
nutridos por ti com insistência
em cada estalo dado à consciência.

Espero te rever em meu passado
num sonho delirante, vislumbrado
por te amar em cada hemoglobina.

Impulso para ser condecorado
 o nosso amor ao status de Estado
e tornar-te soberana concubina.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

ou TUDO ou NADA


Vamos M
.....E
.....R
.....G
......U
.....L
......H
.......A
.....R

no AR.AR.AR.

NADArrrrrrrrr

Viver no (vão)
Vir, Ver
em
Tão


Vem solid
FICAR

fazer rariV

VARÃO

Vem me MODIFICAR

e me fazer

F............Z
E......I
L

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Vasos Vazios


Se as flores da VIDA puderem indicar
como cura a FERIDA de uma mulher,
vão parar a descida do SANGUE que escorre
e sugar as ARGURAS largadas no AR.

As PAREDES controlam o espaço.
Seu LUGAR já não tem mais percalços
para se confortar.
Suas MEIAS deixaram seus PÉS.
Suas LUVAS lavaram ao invés de sujar.
Não há mais MOTIVO com que preocupar.

Um VASO VAZIO se enche de AR.
De AR frio se faz esse VASO.
Não há PASSOS partidos a dar

E se não conseguir encontrar,
vai seguir sem ter LAR
sem ser VASO
o VAZIO
[..........]

sábado, 17 de outubro de 2009

ArreBenta


nade a onda
ainda que: 
no nó do nada
ande onde
ando, endo,

indo...
à dona da duna desnuda
de banda da bunda benta.

ArreBenta
o tombo bambo
dos bobos brancos.

A barba branca bacana
acaba bancando
os cabras macabros
nas brocas
e cobram abraços
nas sobras braçais.

Os brios dos brancos
não sobem descidas
sadias
nos dias
c
a
í
d
o
s.

BamBamBam
DinDinDin
DunDunDun

Encerra acenando
cilada ao sarro
rosado
s
a
i
n
d
o
açoitado
no laço acirrado
dos donos
dos sonhos
sensatos.

A tosse estimada
destoa a toada

ATOA

nas tuas
[caladas gargantas]

Nem come
Nem janta

Nem coca
Nem fanta

Só fuça o percalço
com pouco eficácia
das fases fincadas

Vaza zanzando
o nada em palavra
na lavra
do nada.

Acabado.



sábado, 29 de agosto de 2009

Revolver


Somos a dúvida irresolúvel,
enrolados nas perguntas intrigadas.
Encasqueto nas esquinas destas quadras
e quadrados são, de fato, nossos lados.

Toda crise é um crime ao passado
que anistia, intenso, o seu futuro.
Cada passo dado em falso,
livra nosso corpo d'outro furo.

Os vazios penam em plenitude
e os detalhes encontrados amiúde
nunca explicam a totalidade.

Mas cada parte pífia nos ilude
em buscar a honra na saúde
de ter desprendimento da maldade.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

VICiosa


Em meu trajeto sórdido
surgiu em tempo sóbrio
seu ar de espaço estudantil
fui a mil

O desenho histórico destes prédios
abre a ponte dos remédios
pra me consolar

Não passo um tempo são aqui
por isso acho que me confundi
e acabo por ficar aqui
sem fim.