Páginas

INQUIETO

"Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Haver avulso

Às vezes vamos ver vitória
na vista vã da glória.
Mas vazam em via ao frenesi
as vinhas da carcinogênese.

Viés turvo de se enviuvar
no vasto vão a se envalvular
prum prover ovulatório à vida
virada às vestes de envaidecida.

Há de haver rastro de verdade
em vil verme da vontade
de vir viver avulso.

Há de haver viabilidade
ante o vento que invade
a verve só versada ao pulso.


*meus versos surgem à madrugada em viajante empreitada de deixar vagar a vida




terça-feira, 3 de agosto de 2010

Pretejar

Não levo o peito à cama
pra não me trovejar o coração.
No instante em que se inflama,
traz de volta ao mundo
                                              [solidão

Tremendos rodopios planam
nas voltas fervorosas do meu
                                                  [vão
Escuto os termos tímidos
das turbas tolerantes de então.

Esqueço-me do terço entoado
de um crente já desacreditado
por ter nos sentimentos 
                                             [a razão

Permito aos prantos parcos
verterem-se em mil cacos
pra darem, enfim, à Luz
                                              [Escuridão.


terça-feira, 13 de julho de 2010

ÍNDIOssynkrasía

O cérebro me escapa ao crânio
num ímpeto extracutâneo,
que a tripa toda extravasa.
Perdem-se todos os totens da casa.

Temido tiro em titânio
trespassa o espaço espontâneo.
Impetra-se o pombo sem asa
em órbita de nave da Nasa.

De súbito, um subterrâneo
intenta trajar-se de urânio
e troça do que lhe atrasa.

Num giro, verte-se vulcâneo
em retrocesso extemporâneo
e irrompe-se da aeropausa.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

MiNiMaMeNte NADA


A VIDA é pra viver
Sábado ou DORmiNgo.

É pra ViVer
em cada jiNgle
é pra rolar
o Nato ou griNgo.

A quem tá mal, Melhoras.
A quem tá bem, Penhoras.

É realmeNte perigoso.
Só que o Não viver
tá MORTO.

O que o faz preNder
o faz querer SER Solto.
Só quero o que quiser,
mesmo que o seu prazer
For ToSCo.

Se Não o for é Muito
e, se o For, é pouco.
Mas aPAReCER, aos poucos,
pode PAReCER, aos OUtros
um taNto OUsado.

Só que aos Mais asTUtos
o MuNdo já terá MuDADo.

As Mesmas peças pARCAs
vão escorrer Nas Marcas
as pARTEs, as pragas
da sua vIDA.

São todos VIvos
tenDeNtes SUIcídas.

Vamos viVer sem dó.
É o que espera a estrÊLA.
E o que POde querê-la?
Se somos SÓ seu pó.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

mariAmo

mari A amo
que Vamo
iluminar a cama
em Vela que chAMA

vem maria, ama
meu peito lhe chAMA
que seja meu rAMO
e que não me engano

é a mulher do ano
da vida
do peito

lhe'stamparei num pano
como ferida
em leito

d'um jeito
sem dano
a este sujeito

inSANO

terça-feira, 6 de abril de 2010

Amo-te até


Amo-te até.
Trazeres ternura.
Teres tonteira em tortura.
Tremeres.
Textura.

Amo-te até
trazeres um tanto de taras.
Teres tremores.
 Temores.
Encaras?

Amo-te até
Troçares de um trapo
Torceres extrato
Tentar um
Contrato

Amo-te até
Trincarem todos sapatos
Tocarem teus tatos
Amo
Nos atos

Amo-te até
Um tanto de fatos
Teus traços nos autos
Encantos
Incautos

Amo-te até
Se entornas trabalho
E tomam atalhos
Teus falhos
Retalhos

Amo-te até
Tonto em tabaco
Traquejo de fraco
Teus traços
Ataco

Amo-te até
Tiveres teus tinos
Intenso intestino
Tragares
Destino

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Parta-se

Nada é como esperamos.

Ao pedir paz, brigamos.

Ao brigar, reconciliamos.

Ao querer comer, inflamos

e ao chorar, secamos.

Assim que somos, sumimos.

Se quisermos sumir, assumimos.

Ao se limpar, suínos.


Pra não acontecer

é só imaginar.

Se quiser lembrar, esqueço.

O que tem nos pés, cabeça.

O que tem nas mãos, engessa.


Para fugir sem pressa

pare de roer a mesa.

Para almoçar, a sobremesa.

Ao desconstruir, firmeza.

Ao pesar, leveza.


O reencontro é a arte do desencontro.

Para unir, desate.

Para respirar, enfarte.

Para calar, reparta.

Se quiser ficar, se parta.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Ligamentos Rompidos



Estirados cabos desunidos
são fios quebrados, iludidos
de um dia acharem pontas
e porem em dia as suas contas.
...
O mecanismo por eles movido
estático, espera ser ouvido,
pois teme padecer no esquecimento
se permanece, assim, sem movimento.
...
Os sinais elétricos enviados
acabam de uma forma enervados
por não alcançarem o seu destino.
...
Por um rompimento enviesado
de o por, em terminais, encarcerado
resultam em gritante desatino.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Consigo Contigo Comigo

Poesia vencedora do concurso de Poços de Caldas 2009


 Entreguei meus sentimentos nas palavras,
as que estavam engasgadas na garaganta.
Você sabe muito bem, não tenho travas
e essa é a qualidade que lhe encanta.

O seu jeito espôntaneo me fascina.
Tão novinha e a cabeça lá pra cima.
Vive o dia a dia em rua errante
e flutua com suíngue inebriante.

Não quero mesmo apenas um momento,
que levaria pro infinito um leve vento.
O que quero consigo é mais que brasa!

Só quero mesmo é lhe ter comigo
e em cada chuva desssa vida ser abrigo
pra lhe acolher segura em minha casa.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Ñ+TV/Ñ+MVT/Ñ+MTV


MVT,
Ñ Vô TiVê
Como TeVi
Nem na MTV

Se Ñ TiVÉ 1 VT
P/ TiFaZê Vê o Q
TiVe PorTi

Ñ Vô Vê +
Nô C
A BLeZ Qia C
TVC
e TV
Só P/
MIM.

Ñ+TV
Ñ+MVT
Ñ+MTV

*bye bye sweet november

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Yo-Yo

Em cada pedaço meu deixado
no ir e vir de um iô-iô lesado
vai ficar alguma marca minha
e apagará toda amorosa linha.

Se sou brinquedo de pouco divertimento
é bom que me desligue sem lamento
que agora a bateria resta fraca
e em meio aos movimentos sempre empaca.

Se conseguir se lembre que o motor
que move os mecanismos trazem dor
pois, sim, tenho nervos nessa parte.

As articulações estragadas de calor
refletem o desgaste de um amor
paralisante e passível de resgate.

sábado, 21 de novembro de 2009

tRePiDante

Meu peito, tRePiDante, ainda questiona
a profundeza exata do hematoma
marcado de uma forma destoante
por erro cometido e já distante.

As dúvidas que bloqueiam os batimentos
são caos aos meus nobres sentimentos
nutridos por ti com insistência
em cada estalo dado à consciência.

Espero te rever em meu passado
num sonho delirante, vislumbrado
por te amar em cada hemoglobina.

Impulso para ser condecorado
 o nosso amor ao status de Estado
e tornar-te soberana concubina.