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INQUIETO
"Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)
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sexta-feira, 23 de setembro de 2016
domingo, 15 de março de 2015
sexta-feira, 5 de setembro de 2014
Descortine-se
Mas causa um incômodo repugnante despedir-se. Como quem fosse, deixasse de existir, como tivesse existido apenas ali naquele trecho, num lapso só.
Por vivermos tão sozinhos em um mundo tão cheio, no tempo em que despertamos para o encantamento da vida, impera a gana de compartilhar.
Ao se entregar aos outros, conhece mais a si. Passa a identificar no comportamento alheio, suas características. Tem sempre alguma coisa de você no jeito do outro.
Talvez isso torne tão duro partir. Separar-se é ver-se morrer um pouco. A vida que gostaria de ver refletida no próximo se esvai.
Conhecer e deixar-se conhecer é descobrir-se.
Refúgio
Fujo da opressão, dos prédios, por sacrilégio, das ruas cheias, das pessoas rasas.
Fujo de mim mesmo, do que fui, do que pretendia ser. Das obrigações mundanas, do tédio. Do aluguel do corpo, das contas a prestar.
Fujo das remessas rotineiras de afeto sem traquejo, sem beijo.
Fujo do passado, malogrado. Das histórias infindadas, dos abraços sem pegada.
Fujo das conversas com caminho traçado, com resultado.
Fujo de filosofias saturadas, de cartas marcadas, onde não se pode inovar.
Fujo de um mundo sem pecado, desvairado, onde só se pode acertar. Dos comportamentos marcados, ritmados, rotulados pra pagar.
Fujo de um povo apavorado, que tem tudo, mas insiste em negar.
Fujo para a praia do rescaldo, do meu lado, onde Ser é estar.
sábado, 7 de junho de 2014
frente ao fim
foi posto em cimento,
no cal do lamento.
e, assim, nesse posto,
tem-se por suposto.
mas move-se e movimenta
por seu planeta-placenta.
desponta em seu brilho,
provoca temor e arrepio.
pensa se pode ser livre
da condição em que vive,
em um novo ambiente.
só que prende-se ao chão,
pois, os pés o trapacearão
e tudo tornará repente.
quarta-feira, 24 de julho de 2013
iaí
que tal
teu tempo
que tanto
tento
atravessar?
um tormento,
um tonto
intento
em te
trancar.
teus traços
traçam
instintos
e tragam
o éter
dos trópicos
em que teu
destino
entontecido
tenta me
atar.
teu tempo
que tanto
tento
atravessar?
um tormento,
um tonto
intento
em te
trancar.
teus traços
traçam
instintos
e tragam
o éter
dos trópicos
em que teu
destino
entontecido
tenta me
atar.
sábado, 1 de dezembro de 2012
+QimperFeito
Sem coragem de dizer,
de assumir vontades,
as mais íntimas
guardadas no seio,
com medo e vergonha.
Por ser tão duro dar,
a quem mais quis,
o que menos queria,
ter de deixar
silentes os gritos.
Oa abraços não dados,
os beijos suprimidos,
os suspiros,
agora, resquícios
do que não fomos.
Após nos reinventar,
tirar-nos defeitos
e nos preparar,
esquecer-nos
sem leito.
de assumir vontades,
as mais íntimas
guardadas no seio,
com medo e vergonha.
Por ser tão duro dar,
a quem mais quis,
o que menos queria,
ter de deixar
silentes os gritos.
Oa abraços não dados,
os beijos suprimidos,
os suspiros,
agora, resquícios
do que não fomos.
Após nos reinventar,
tirar-nos defeitos
e nos preparar,
esquecer-nos
sem leito.
domingo, 11 de novembro de 2012
inTeNTona
Atine-se à tônica da jornada,
que a cada tentativa intentada
acrescem impostura na labuta
pra lhe fazer continuar na escuta.
Mas lute contra a luta imposta
que se fizer da outra forma oposta
será contrário ao que, de fato, quer,
indisposto pra peitar o que vier.
Só pode ter, pra si, a vida,
ao viver em constante despedida
da obrigação de estar integrado.
Cada batalha falha, dissuadida,
será a rebeldia, assim, percebida
por tornar o imposto estatelado.
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
passarinho
"Sem saber,
ao não querer
me ver,
você
me fez
CHORAR
ainda guardava
AMOR
pelo amigo
em DOR
que eu fiz
PASSAR"
Leseira sua
não é.
minha atitude
é ralé,
um tanto rude
e chulé.
mudo
ao seu suporte,
pront'a um
convescote,
nem me
prontifiquei.
sinto tardia
carga
d'uma vida
passada
a me por
após.
peço a você
(caso possa
agora,
meio à mora,
cortar
caminho...)
se posso ser
sozinho,
sem seu
solzinho,
por eu ser
PASSARINHO.
ao não querer
me ver,
você
me fez
CHORAR
ainda guardava
AMOR
pelo amigo
em DOR
que eu fiz
PASSAR"
Leseira sua
não é.
minha atitude
é ralé,
um tanto rude
e chulé.
mudo
ao seu suporte,
pront'a um
convescote,
nem me
prontifiquei.
sinto tardia
carga
d'uma vida
passada
a me por
após.
peço a você
(caso possa
agora,
meio à mora,
cortar
caminho...)
se posso ser
sozinho,
sem seu
solzinho,
por eu ser
PASSARINHO.
domingo, 17 de junho de 2012
florista do abSURDO
Em uma moto, carente de cuiD.A.Do.s,
esfolam calos, por anos, propagados.
Esgueira o corpo em um rude corredor
e'squece o'fício em fúria e dor.
Se para, se prepara, já que os fardos
transtornam os temor' estricnados.
Sujo sangue sug'a sina do calor,
assim, ass'o senso do seu dissabor.
Mal sab'os sonho' a si assenhorados
em sua sanh' assídua nos pecados.
Agora, eis que, só uma solitária FLOR
cabe à si dar os fins fantasiados.
Foi o seu amor, afim de seus agrados,
quem fez esmaecer os tons de toda DOR.
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
sós
Nós não somos nós
a não ser sejamos,
além de nós,
tudo o mais.
Nós só somos nós
se não esquecermos
que o arredor
tal nos faz.
Nós, somente nós
sabemos estar a sós,
indispostos
pr`a paz.
Nós somamos nós
se nos entedermos
nos tratos
e após.
a não ser sejamos,
além de nós,
tudo o mais.
Nós só somos nós
se não esquecermos
que o arredor
tal nos faz.
Nós, somente nós
sabemos estar a sós,
indispostos
pr`a paz.
Nós somamos nós
se nos entedermos
nos tratos
e após.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Casmurro
Quero notícias de você
pra me fazer dormir
quero uma nota sua
se eu existir.
Quero Corresponder ao seu desejo
de me esquecer,
mas preciso me informar
cadê você?
Quero saber onde está
aquele seu afago
e não perder aí
seu doce amargo.
Quero me perder assim
para lhe encontrar
fora das vontades
de lhe impedir.
Quero notícias de você
para poder sonhar
um som que seja
pra sentir.
pra me fazer dormir
quero uma nota sua
se eu existir.
Quero Corresponder ao seu desejo
de me esquecer,
mas preciso me informar
cadê você?
Quero saber onde está
aquele seu afago
e não perder aí
seu doce amargo.
Quero me perder assim
para lhe encontrar
fora das vontades
de lhe impedir.
Quero notícias de você
para poder sonhar
um som que seja
pra sentir.
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Patricinha Paraguaia (ou Hippie do AlphaVille)
afogado, enganado
em lamúrias de amor
de estar condenado
apenado
pela culpa que for.
Só que está ao seu lado
o culpado, atrasado,
dos soluços de amor.
Cê não sabe a responsa
a faz sonsa
não assume seus erros.
Compra a sua inocência.
Em clemência, a demência
guia o sonho ao aterro.
Troca louca as vontades
se evade
como troca os vestidos.
Se te compram verdades,
eu tenho a Humildade
em sofrer meus sentidos.
domingo, 2 de janeiro de 2011
Acabamento
Vai acabar. Tudo um dia vai acabar.
Vão dissecar meu corpo sem propósito,
vão confiscar todo e cada depósito
depois que tudo entre nós se acabar.
A solução arrumada é o problema:
se distanciar em hora oportuna
vai depreciar nota a nota a fortuna
guardada em moeda pequena.
Cada esforço ruma à eternidade
vai deslanchar em verdade
que não se pode mais negar
Os sinais de um fim à metade
e este sentimento amargo que invade
nos lembra que tudo vai, um dia, acabar.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
singuLAR sOciedade
Nos trEchos tortuoSoS da VIEla,
ao encArar a vIda como é ela,
batem cOrações pela harmonia
de ESTarmos juntOS SOb sincronia.
Se a tua pele negra imPele paz,
uns brancos bERRAM sermos desIguais
por crerem tERMOS muitas diFEREnças
em um engAno tOrTo de aparênCIAs.
Somos irMÃOS TALhados em País
tolhIdo para o enTorno de paRis
enFartar-se em inSana vaIdade.
Se resPiramos o Mesmo ar pelo nariz
e o mEsmo baTIMEnto o faz FELiz,
vAMOs viVer em singulAr sOciedade.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
do chORO à fúRIA
O choque congestiona o fluxo sanguíneo.
A cabeça erguida entra em declínio.
As pernas tremem, não aguentam o peso.
O mundo desaba todo e o deixa preso.
Nos OlhOs, já se observa o desatino.
A face rubra paralisa sem destino.
A boca seca mostra-lo surpreso
e o ombro, de pronto, deixa de ser teso.
Escorre, pela cara, lágrima salgada
com o gosto, amargo, da mulher amada
e desce ríspida à travada glote.
Como um antídoto à honra humilhada,
retorna do estômago feita em cusparada
e o faz erguer em busca do que o esgote.
sábado, 30 de outubro de 2010
PerDOE-me por asSim Ser
das mentes que agem dia-a-dia comestíveis,
percebe-se, na gente, muito mais humanidade
do que conseguimos demonstrar com vaidade.
Proponho pôr abaixo as nossas travas
pra reconhecermos, com o uso de palavras,
os princípios proeminentes que nos guiam,
podendo destronar os que entupiam
nossos canais de aparências absortas
que às vezes nos confundem, em contagotas.
Proponho nos abstermos do que se vê!
Pra sermos mais precisos ao que somos,
por mais que às vezes neguem o que fomos,
será mais realístico o nosso SER.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
REtroVISORA
Há de haver penhasco pro abismo.
Sem onda, será surfista do sofismo:
ao optar pela premissa rosa
afogou o branco em presunção falaciosa.
Se se concentrar no lustre da embalagem
terá mesmo um vaso em bela imagem.
Mas veja o serviço que se propõe prestar
ou as bolachas do seu EU vão estragar.
Um recipiente não deve refletir
a não ser o que seja que sentir
à pena de lhe tornar a si exterior.
Se há sombras sem luz, vou intervir
pra não ver o que houver em seu devir
e só lhe ter de novo no retrovisor.
sábado, 18 de setembro de 2010
DisTiNTurado
Aqui, dentro de mim, está guardado,
comprimido de um modo exaustivo,
os sentimentos de um sonho inacabado
e as dores de um delito omissivo.
A pressão dos olhares renegados
e os caminhos sinuosos adotados
são fuga à verdade e ao que sinto.
Tornam branco o sangue que foi tinto.
Meu corpo não se aguenta manter são
por agir em cada escolha à contramão
das vontades internadas de amargura.
Espero que a premente erupção,
antes que me arruine em implosão,
destrua esta pálida e soturna armadura.
sábado, 4 de setembro de 2010
DesFIADOR
Não sei o que sucede c'a PESSOA,
mas a nuança TENSA me afeiçoa.
o SURTO é, de fato, promissor infarto
e a angústia traz desejo anterior ao PARTO.
Nas DORES, é que há a falta de sabor
adocicado inerte do PRAZER que for.
Este, o VALOR supremo em disputa.
o PAI legitimado dos filhas da PUTA.
Deixe estar feliz para poder SOFRER.
Prescinda da essência, atrás do PODER,
mas saiba, vai pagar a CONTA um dia.
O déficit instalado por seu MAISquerer
o mundo INTEIRO pra lhe absorver
trucidará os ossos da sua COVARDIA.
Constatações de um Ameríncola Macambúzio
1- Se deus criou o (i)mundo em SETE dias e se passaram cinco MIL anos, como fazem CRER, ainda não se DEU conta de o consertar.
2- Pelo RESTRICIONISMO PROIBITIVO - o ordenamento jurídico deveria adotar o RESTRICIONISMO em relação à política de drogas, as atuais ilícitas. Destarte, seria eficaz a regulação do consumo em respeito às liberdades individuais com o comedimento necessário. Com efeito, resultaria no fim à PERMISSIVIDADE FALSAMENTE PROIBIDA da atualidade.
3- "a inquietação através da experiência e da crítica parece que se rompe de encontro a uma rocha profunda, ampla e inamovível de modelos consentidos de interpretação, de lealdades e práticas" (Jürgen Habermas)
4 - As ferramentas -extensões do homem (Macluhan) - ofertadas pelo consumo devem ser utilizadas para ampliar a potencialidade cognitiva humana e não, somente, para abrandar as angústias cotidianas.
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