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INQUIETO

"Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)
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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Liberatura

Nem a noite
e nem o sonho
te fizeram dormir

Nem o medo
e nem o drama
te fizeram sumir

Nem o riso
e nem o choro
te fizeram mentir

Não foi um grito
nem um sussuro
que te fizeram ouvir

Não foi o jeito
nem foi o modo
com que mostraram pra ti

Nem mesmo o texto
nem mesmo a letra
fizeram, a ti, redigir

Não tem carinho
não tem carícia
que te mate o prazer

Nem mesmo o cheiro
nem mesmo o som
fazem teu corpo tremer

Não tem destino
não tem desejo
que lhe ponha um câncer

Tem só segredo
tem saudades
do que te fazes ferver

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

BRAVO

Desce a água de um Rio fugidio
de encontro ao Mar
Cantam Aves seus piares e arrepio
sem saber cantar
Correm, entre as Folhas, Alevinos
Pairam Pedras sobre o leito
Troncos finos às espreitar
Carangueijos nutrem a terra pequeninos
sob a sombra da folhagem seca
Tecem teias, as Aranhas, por famintas
e os Insetos têm de escapar
Entre as ondas, surfam Peixes graudinhos
sem prancha para os levar
As Gaivotas sobrevoam um Cardume
vez em quando furam o Mar
O Pato d'água nada e afunda
para alimentar
Observam, os Urubus, em alto vôo
ventam-se atoa
Lá ao fundo, há um burburinho
que se move na harmonia de Golfinho
Atrás das Sardinhas
tantas são, tadinhas
Lá na Ilha, outra vida nos espera
mas a Selva assevera:
Deixe o Homem pra lá!

sexta-feira, 20 de julho de 2012

VAMODÁUMAFORCINHA


seTÁPArado, vaMODÁumaForcinha
noMoVImentoinVerteBRADOdaEspinha,
QcadaSucessivAUTOridade
AcresCEMuitosANOSàIdade.

NoSOSneurônioSeEsquecem
eOsOQuêsQosInteressem
imPedemOsLampejosDOAcaso,
tãoCertoOseuSOL-D.A.Do.raso

sePodeSERTÃOmelhor
QosPaposSabIDOSdeCor,
DisPonhaDetEUSpuDores!

AfrouxaOsFreiosdaFronte
ParaQoTeuHorizonte
possaSERoQFores!



domingo, 3 de junho de 2012

reDoBrado malungo


Voltaram à sincronia, os meus impulsos,
por tempos, afogados em soluços.
E, agora, um corpo cheio de vigor
desponta a reDobrar o que repor.

O passo apressado me expressa,
pronto a apresentar-me à Peça
para ATEAr chamas no unânime
consenso aceito só por pusilânime.

InTento enTornar tumulto em caos,
ir da platéia ao Pal`com paus
armado com medonhos motes.

Toda a ira, em mim, verte-se aos
Pares que BEM saBEM os maus
preceitos imputados com chicotes.

terça-feira, 22 de maio de 2012

CONTRA tudo e todos



diAnte à soLapada e suCUmbida SOciedade
SÓ rESTA o POsto inglóRIO, a inSANIDADE,
pra comBater, nos atos, o HÁbito TIRAno
vincuLado, em pleno erro, ao SER huMano.

HUMANO é SER você em conJUNTO
e não, SOmente, abSORVER o ASSunto
DITAdo, repetidas vezes, no ouvido.
de um ser, de SI, há TEMpos, tolhido.

Por isSo, só lutar é ViVer!
Por isSo, só estar é morrer!
E tudo mais são enGODos.

RESta enLutar-Se e atreVer.
Lhe rESta o chOro ou VOLver
a si CONTRA tudo e todos.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Forjado na Bigorna


Põe teus pistões pra bater!
Põe teu metal pra suar!
Põe teus pneus pra correr,
meu coração pra pulsar.

O sangue em teu tanque treme
sob o olhar a te admirar
e, ao teu ranger, teme
o estrondo entoado no ar.

Com ímpeto, forje o vigor
em forte ferro e calor
e nada me faz desmontar.

Se a fêmea fora feita de lata,
seu batucar em aço arrebata
meu peito pronto a'prontar.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

viVIdas doREs

Como é doce lembrar das minhas dores
as que não doem tanto na lembrança
de ter vivido, intenso, os meus amores
e terminado cada amor sem esperança.

Ai, como é bom lembrar por ter passado
e não viver mais nada do vivido
até suspiram sopros, superado
dos beijos e abraços suprimido.

A cada passo dado, mais distância
dos nós em nós mal dados de infância
e, agora, ter meus sonhos sem lambança.

As dores que virão terão em breve
um farto entroncamento em greve
com a memória grave que descansa.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Um Céu sem Chão

Tentei pintar o Céu na Parede,
mas esColhi Azul quase Verde
pOR não saber a cOR da IMENSIDÃO.

Tentei beber o Mundo de Sede
deitado, baLançando na Rede
sem ter, sequer, na barriga, um pão.

Ver com os sEus OlhOs lhe imPede
de taTear um Todo que
                                            [cede
a cada pasSO D.A.Do. em Vão.

Querem saber o que se suCede
nUm pluriVerso que não se mede
com a rÉgua derreTida na mão.

O Medo aPARece na prece
e faz com que a vIDA se aPRESSe
POr SERem ignorANTES sem cHÃO.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

singuLAR sOciedade

Nos trEchos tortuoSoS da VIEla,
ao encArar a vIda como é ela,
batem cOrações pela harmonia
de ESTarmos juntOS SOb sincronia.

Se a tua pele negra imPele paz,
uns brancos bERRAM sermos desIguais
por crerem tERMOS muitas diFEREnças
em um engAno tOrTo de aparênCIAs.

Somos irMÃOS TALhados em País
tolhIdo para o enTorno de paRis
enFartar-se em inSana vaIdade.

Se resPiramos o Mesmo ar pelo nariz
e o mEsmo baTIMEnto o faz FELiz,
vAMOs viVer em singulAr sOciedade.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Crisado


Quando, às vezes, essa onda me engole
fico um tempo afogado, eu fico mole.
Mas, se passa, em um estante resplandece
os desejos gloriosos da minha prece.

Olha só, tudo muda muitas vezes.
Sua vida ainda terá muitos revezes.
Ser você é navegar nessa tormenta,
não ter medo de buscar o que intenta.

Só não ceda às pressões das correntezas,
que o levam leviano em incertezas
por onde nunca ousaria navegar.

Nade intempestivamente neste oceano
e, ao se sustentar neste auto-engano,
na crista dessas ondas poderá surfar.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Amor selvagem

Nossa festa rompeu a noite.
Querer seu findar era açoite
ao extremo prazer descabido
que fez, das águas do rio, libido.

Não temos mais de contar os dias.
Não teve tempo em que não ardias
em meu corpo, por todas as partes,
o teu corpo prestes a um enfarte.

Na selva, não houve acasalamento,
nenhum, que explodisse em rebento
tal como o nosso fulgor o fez.

Amamos! À queda da cachoeira!
Às águas fluidas, à corredeira,
fluíram os pudores da tez.