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INQUIETO

"Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)
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domingo, 25 de janeiro de 2015

Tá daNado


Venha!
Atravesse o rio a nado
A noite,
com perigo ao lado.

Vamo,
tem cerveja e cigarro
Pula!
Não dá esparro.

Anda,
até aqui é raso.
Bóia,
não derrama o vaso.

Corre!
Tem alguma coisa aqui.
Cala,
já é mais que noite.

Ufa!
Já tamo na trilha.
Veja,
o pirilampo alumia.

Para,
onde é o caminho?
Pensa,
qual é o destino?

Vai,
já vamo chegar.
Pisa,
olha a lua lá.

Eba!
olha quanta areia.
Oba!
o mar incendeia.

Olha,
o sol vai nascer.
Sente
o calor em você.

Cara,
não vou esquecer
isso
nem quando morrer.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Há Mais de Meia Década

Até hoje sinto aquele beijo.
Tão curto tempo que até hoje dura.
Não ter tido outro me deixou sem jeito
de lhe olhar de novo sem ser receoso.

Sinto por você, amor sem igual
quero só lhe ver feliz mesmo que ao final
nunca viva junto aos seus carinhos.
Me contento em saber dos seus caminhos.

Estes dias mostram o que guardei por anos,
os seus ventos, suas brisas, ou seus encantos
que me ensinam a me tornar mais leve
não destruir meus sonhos, que me encontram.

Sem os seus defeitos, não se faz possível,
mas não os noto além do invisível
porque são nuances de sua bela forma,
dão caráter ao ideal que me conforta.

Não destrua meus sonhos e não me deixe perdido,
pois lhe quero tanto que não lhe quero mal.
Se não quiser mais o que você já tem,
levante a cabeça, me diga nos olhos.

Eu que não quisera ninguém ao lado
quero você quando precisar de mim.
Quero envelhecer consigo, juntos.
É o que há de mais profundo aqui.

Vai ter que procurar em Marrakech,
Lisboa, Moçambique ou Paquistão
Mas devo estar em Poços, então
Topa morar comigo em qualquer canto.

Sinto cada letrinha digitada no teclado
pra desfazer o caos deste seu vendaval,
seus maremotos que engolem, incontrolados,
os meus vulcões a lhe lavarem o mal.

Deixa o mundo dar seus passos soltos
e um dia vamos pisar a mesma pegada.
Daí levante, pronto, a sua cabeça,
olhe meus olhos e diga se não digita.

Tenho sofrido muito nessa vida
e o único que não posso suportar
são as palavras do seu sofrimento
no mais, tudo pode me atrapalhar.

Não preciso de alianças para o amor
que me faz gaguejar, que me lacrimeja,
que me faz estar ai, estando aqui,
me faz querer viver só pra lhe ver.

Eu tenho a cabeça enterrada nas nuvens,
mas aceito que bote meus pés no chão.
Se se aventurar em minhas ilusões,
pés no chão, nós nas nuvens, não terá trovões.

domingo, 11 de novembro de 2012

Justa Causa

Atrasados, seus olhares perdidos,
desencontrados,
não buscam a mesma linha.

Aos trancos, seus traquejos
desajustados,
estremecem ao se esforçarem.

Seus impassíveis pulsos,
desempregados,
se distanciam em silêncio.

E seus calados sentimentos
remanescentes
não bastam a lhes justificarem.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

passarinho

"Sem saber,
ao não querer
me ver,
você
me fez
CHORAR

ainda guardava
AMOR
pelo amigo
em DOR
que eu fiz
PASSAR"

Leseira sua
não é.
minha atitude
é ralé,
um tanto rude
e chulé.

mudo
ao seu suporte,
pront'a um
convescote,
nem me
prontifiquei.

sinto tardia
carga
d'uma vida
passada
a me por
após.

peço a você
(caso possa
agora,
meio à mora,
cortar
caminho...)

se posso ser
sozinho,
sem seu
solzinho,
por eu ser
PASSARINHO.

domingo, 3 de agosto de 2008

Fascínio

O seu jeito de falar me encanta
dá descanso longo à minha garganta.
Os meus olhos bailam em sua saia
e não ousam avistar as suas falhas.

Sua ousadia me paralisa
e o piloto automático me mobiliza,
isso contraria a natureza
de ser a dialética minha proeza.

Me leve contigo pro seu lar,
pois, quando do seu lado me fixar,
voltarei a expor meu raciocínio.

Não terei vergonha de anunciar
minha vontade de ser seu par
pra lhe dar muito mais que meu fascínio.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Ao Léo


De madrugada,
por que você correu de mim?
Você que amarrou os meus EUs
meus Titos, Benes, Ivans.


A sua figura me assusta
por me fazer ver minha descrença
por aumentar as possibildiades
e impestiar minha letargia
por me causar inveja
por limitar meus olhos
por enchê-los de lágrimas
Por me fazer ver
um mundo por outro prisma

Me ajude a retornar ao meu tempo
ao seu, ao nosso tempo.
Torne-se minha Lúcia,
minha Lena, minha Bia
apague meu pedro interior
acenda meu Rui
não me ponha Pingos
seja minha Vânia
minha Raquel
me ajude a viver
ao Léo.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Pacto equilibrista


Tiro com esforço a tua blusa,
mas não assomes: me abusa.
Ao Libertar teus safos seios,
Sufoco num sopro os devaneios.
...
O teu cabelo é uma confortável cama
e a tua boca acende a minha chama.
Vou querer te pegar de novo,
se o teu céu clarear, eu chovo.
...
É doloroso me desfazer de ti
e me dissolvo ao te ver partir
pr´essa tua vida equilibrista.
...
O que eu disse foi o que senti
e vou virar saudades sem ti
nessa minha vida de malabarista.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

As Cachoeiras do Santo Gabriel

Poesia e foto de Juliana Biscalquin


"Saúdo a todos, com ares de festa, com vinho de pupunha, com beijú e kiampira e um peixe bem muquiado. Envio meus sinais de fumaça de que retornei e quase intacta. Grata aos que vibraram. Entre piolhos já exterminados, queimaduras negligentemente cuidadas, picadas de origem anfibológica, vômitos e diarréias (sobre os quais seria dificil poetizar) sobrou ainda mais disposição para descobrir mundos novos, dentro e fora de mim. Katehe naka. Katehe xita. Estou de volta! Com os mesmos 20 e poucos anos e a bagagem um pouco mais pesada. "


São mais de cinco os mercenários, donos da cidadela
E mais de três os bêbados cristãos ordenados
Mais de nove os políticos endinheirados
São quarenta mil cento e trinta e sete¹ os explorados

São vinte e três as etnias
Imensuráveis as riquezas linguísticas
Que nas bocas opacas e oprimidas
Se convertem em palavras mínguas


O caos urbano
de um desregrado crescimento
Faz a ‘Bela’² continuar dormindo
De tanto acanhamento

Fome, dor, suicídio
Perspectiva, subjulgamento, omissão
51 é pra dar sentido
Ao que esfarinhou o coração

(O)Brigada Infantaria de Selva
Que à fronteira traz proteção
Pelo suor, pelo trabalho,
Colômbia!
Pelas promessas e prostituição

A mais indígena das cidades brasileiras
Tem Maria, tem Joana e Edivanson
São tukanos, barés, banivas-
-“Me chamo Cacique Henrique de Almeida³”

O xibé e o tabaco
Adiam o ronco do estômago, dolorido
Indigesta realidade manauara
Na minha barriga de branca bem alimentada

Observações:

¹ IBGE 2007

²"Bela Adormecida" - De São Gabriel da Cachoeira, avista-se a Serra de Curicuriari. Foi apelidada com o nome da fábula infantil por suas formas parecerem a de uma mulher deitada e dormindo.

³ Nomes reais, assim como os personagens do primeiro verso.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

BRANCA



Amanheci apaixonado em ti
e se tinha receio por ti, o parti!
Vou declarar-te os anseios
pra me encontrar nos teus seios.

Estou viciado em tua chatice
e as palavras que nunca te disse,
vou despejá-las numa só frase:
Vou te comer em catarse!

Vou devorar teus assuntos
para criar em conjunto

o Universo na cama.

Nossas estrelas serão o teto,
nossa foda será o concreto
e essa vida será nossa trama.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

FODA!



O seu pisar
é ímpar.
Seus calcanhares,
pazes.
As suas pernas,
ternas.
A sua coxa,
poxa!
A sua anca
espanca.
A sua bunda
abunda.
As suas costas,
postas.
Os seus seios
cheios.
O seu pescoço
eu coço.
A sua boca,
almoço.
Os seus cabelos:
lê-los.
O seu carinho,
ninho.
O seu sorriso,
piso.
Os seus olhares,
lares
e você toda
é FODA!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Aurora


Se a tristeza consumir seu dia
levante-se para uma nova guia
que fará tudo a seu bel prazer,
assim que ela puder crescer.

Só se lembrará desse novo dia
que lhe matará a melancolia
e fará sempre algo por você.
É sempre assim que vai ser.

Em todas suas decepções
terá muitas outras opções
para conseguir restabelecer.

Batam em conjunto novos corações!
E esta ressonância nos dará trações
para todo dia a Aurora nascer.

Fortaleza


Em um encontro inesperado no busão
foi que aconteceu, talvez, a solução.
Pena estar, em sua Fortaleza, ancorada
e eu, perdido, numa vida abandonada.

A sonegação feita no seu beijo
é, mesmo, a resposta que almejo
de uma mulher instigante no acento
que faz de minhas palavras, vento.

Só não faça desgastar meu repertório
e mê de algo mais que terno e irrisório,
pois, quero lhe ter, seja quando for.

Posso amargar a sua ausência
se estiver certo da anuência
em poder ver, sempre, a sua cor.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Completo Desconhecido


Por um tempo,
pouco tempo,
você vem indiferente,
com ares de distância e
com olhares de desejo arrogante
de quem nada alcança.


Com a frieza de um homem pedante
que vive na ilusão, de quarto em quarto buscando
a satisfação inquietante, vazia... iludido,

de nada...

Talvez de olhares falsos insinuantes diante...
De cada mundo escondido
por trás de cada rosto banido
Por camadas de vidro,
que te mostram um caminho,
talvez escolhido, talvez encoberto.


Pelo medo do próximo passo
sozinho.
Um completo desconhecido...
Jogado do sonho
sofrido.

Pela tristeza do agora não vivido
e do amanhã já passado
remoto...

Mais uma vez iludido, engolido pelo ego,
envelhecido de possibilidades passadas,
ultrapassadas, ultrajadas...
Ferido.


De novo e ainda o desconhecido.
Continua na luz baixa do quarto,também,
esquecido.

Alguém que clama pelo próximo
pedido, embaçado, indeciso,
sozinho...

Com a imensidão aos pés,
mas com o domínio impedido...
Trancado...


Encravado nos próprios sentidos
não sentidos.
Armado de tempo passado parado,
agora fechado.
Lacrado.

Impenetrável.
Inexistente.
Insaciável.
Apagado.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

PirilimpimPLIN


Posso te dizer PirilimpimPlin,
fostes um grande irmão pra mim.
Eu queria te ter sempre do lado,
mas vais pra longe ser iluminado.

Tu amenizastes a dor da distância
das pessoas que amo de infância
e me deu ânimo para que agüente
árduas situações deste clima quente.

Vá logo, mas volte pra contar
o que aprendeu em tua missão
Volte para ser nosso avatar.

Tenhas contigo minha gratidão
e minha mente vai te acompanhar
em qualquer ponto da imensidão.