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INQUIETO

"Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)
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sexta-feira, 4 de novembro de 2016

3 dias sem fim

Enquanto eu gostar de você,
enquanto você gostar de mim,
tudo o que sinto é pra sempre
um futuro infinito sem fim.

Enquanto me quiser ver,
enquanto me disser sim,
o tempo vai se estender
e eu lhe ver a dormir.

Enquanto puder lhe abraçar,
enquanto se deitar aqui,
minha cama será seu lar,
meus planos são todos pra si.

Vai, volta para me ter.
Fica, vou ter com você.
Temos três dias para nos amar
e todo o resto para repetir.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

SurubUs


Pra que vivem os Urubus? 
Pra comerem a carniça 
restante da pescaria? 

Limparem a praia de hostis dejetos? 
Serem símbolo de clube? 
Anunciarem a morte? 

Acontece que os urubus 
não vivem para os nossos olhos, 
mas para o vento, 
a montanha e o mar. 

Vivem para a vida. 
Confrontarem o tempo,
plainarem na brisa, 
pisarem na areia 
e revoarem. 

Bem como nós, 
bichos, 
que também podemos voar!

terça-feira, 7 de maio de 2013

inoPinado

Seus traços finos
me travam os pinos,
me fazem pirar.

Por seu encanto,
eu tento tanto
me destravar.

Mas os seus traços
traz`embaraços
ao bem estar.

E me contento
com meu intento
em ser seu par.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Maria Lauda,



se lhe interessarem as minhas letras,
as minhas letras de câmbio,
lhe recomendo dispor
de seus serviços
e me saciar.

Se lhe interessarem os meus termos,
os meus termos contratuais,
sugiro ceder
seus artigos
íntimos.

Se lhe interessarem os meus valores,
os meus valores bancários,
tem de me verter,
de vazio,
em vergalho!

Mas se lhe interessa o que penso,
eu não lhe dispenso
e lhe peço,
aí sim,
mais um passo.

sábado, 5 de maio de 2012

bEla iNOmiNADA

Um só olhar teu me fez cair
em precipitação para o devir
de acolher-te, forte, aos braços meus
para tornar-me eterno semideus.

Num corredor opaco por impuro,
 o teu leve caminhar apuro
a por meu senso estremecido
e a mim, inteiro, embevecido.

Mesmo sem nome ou palavra,
afirmo formar farta lavra
dos mais belos fatos, juntos.

Tua explosiva fronte me enfarta
a ponto de te suplicar, em ata,
que o teu olhar permita os meus assuntos.



quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Ela amar a mim



Tenho que amá-la
e ela amar a mim
quando propuser a ela
e ela disSER sim.
pOSSO esperar um tempo
pra me aprazer por dentro
de ter a tinta em tela
PINTAda por aquela
ELA que amar a mim.
Se me amar asSIM
que seja ensejo ao fim
pois vou ser EU se for
um Homem do Amor
que faz de toDA DOr
um MEL sabor que for
para fazer das bOCAS
despejos em mil GOTas
do amor dELA
e a ela
o amor de mI´M
Pra eu amar a ela
e ela amar a mim
tanto amor SENtido
enFIM.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Flores do Concreto


Em meio à toda impossibilidade,
explode um arroubo da idade
a trincar o mais forte cimento
já que há nele água a contento.

Em instante inesperado se ramifica
de uma raiz mais que profícua
galhos esguios entre o bloqueio
para depois o quebrar ao meio.

Em cada escudo há substrato,
o suficiente para que o mato
possa em seu meio florescer.

Em cada esforço ante o trato,
haverá apoio a encher prato
fomento do fruto que virá ser.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

AMEríncola MACAmBúzio


Mesmo em uma maca,
vou macaquear esse marasmo,
o arremedo mórbido de um orgasmo,
o morrer meticuloso que os achaca.
................
Ao ranger estridente da faca,
vão tecer um texto de quiasmos,
vão condicionados como os asnos
 por temerem o toque da matraca.
..................
Nas relações, só nobres espasmos
da energia que se mostra fraca
é o que resta por desperdiçarmos.
................
Se passarmos por tantas catracas
sem, nessa Bossa, nos saborearmos
não seremos SERes, sacas?

segunda-feira, 17 de março de 2008

Ao Léo


De madrugada,
por que você correu de mim?
Você que amarrou os meus EUs
meus Titos, Benes, Ivans.


A sua figura me assusta
por me fazer ver minha descrença
por aumentar as possibildiades
e impestiar minha letargia
por me causar inveja
por limitar meus olhos
por enchê-los de lágrimas
Por me fazer ver
um mundo por outro prisma

Me ajude a retornar ao meu tempo
ao seu, ao nosso tempo.
Torne-se minha Lúcia,
minha Lena, minha Bia
apague meu pedro interior
acenda meu Rui
não me ponha Pingos
seja minha Vânia
minha Raquel
me ajude a viver
ao Léo.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

As Cachoeiras do Santo Gabriel

Poesia e foto de Juliana Biscalquin


"Saúdo a todos, com ares de festa, com vinho de pupunha, com beijú e kiampira e um peixe bem muquiado. Envio meus sinais de fumaça de que retornei e quase intacta. Grata aos que vibraram. Entre piolhos já exterminados, queimaduras negligentemente cuidadas, picadas de origem anfibológica, vômitos e diarréias (sobre os quais seria dificil poetizar) sobrou ainda mais disposição para descobrir mundos novos, dentro e fora de mim. Katehe naka. Katehe xita. Estou de volta! Com os mesmos 20 e poucos anos e a bagagem um pouco mais pesada. "


São mais de cinco os mercenários, donos da cidadela
E mais de três os bêbados cristãos ordenados
Mais de nove os políticos endinheirados
São quarenta mil cento e trinta e sete¹ os explorados

São vinte e três as etnias
Imensuráveis as riquezas linguísticas
Que nas bocas opacas e oprimidas
Se convertem em palavras mínguas


O caos urbano
de um desregrado crescimento
Faz a ‘Bela’² continuar dormindo
De tanto acanhamento

Fome, dor, suicídio
Perspectiva, subjulgamento, omissão
51 é pra dar sentido
Ao que esfarinhou o coração

(O)Brigada Infantaria de Selva
Que à fronteira traz proteção
Pelo suor, pelo trabalho,
Colômbia!
Pelas promessas e prostituição

A mais indígena das cidades brasileiras
Tem Maria, tem Joana e Edivanson
São tukanos, barés, banivas-
-“Me chamo Cacique Henrique de Almeida³”

O xibé e o tabaco
Adiam o ronco do estômago, dolorido
Indigesta realidade manauara
Na minha barriga de branca bem alimentada

Observações:

¹ IBGE 2007

²"Bela Adormecida" - De São Gabriel da Cachoeira, avista-se a Serra de Curicuriari. Foi apelidada com o nome da fábula infantil por suas formas parecerem a de uma mulher deitada e dormindo.

³ Nomes reais, assim como os personagens do primeiro verso.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

BRANCA



Amanheci apaixonado em ti
e se tinha receio por ti, o parti!
Vou declarar-te os anseios
pra me encontrar nos teus seios.

Estou viciado em tua chatice
e as palavras que nunca te disse,
vou despejá-las numa só frase:
Vou te comer em catarse!

Vou devorar teus assuntos
para criar em conjunto

o Universo na cama.

Nossas estrelas serão o teto,
nossa foda será o concreto
e essa vida será nossa trama.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

FODA!



O seu pisar
é ímpar.
Seus calcanhares,
pazes.
As suas pernas,
ternas.
A sua coxa,
poxa!
A sua anca
espanca.
A sua bunda
abunda.
As suas costas,
postas.
Os seus seios
cheios.
O seu pescoço
eu coço.
A sua boca,
almoço.
Os seus cabelos:
lê-los.
O seu carinho,
ninho.
O seu sorriso,
piso.
Os seus olhares,
lares
e você toda
é FODA!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Aurora


Se a tristeza consumir seu dia
levante-se para uma nova guia
que fará tudo a seu bel prazer,
assim que ela puder crescer.

Só se lembrará desse novo dia
que lhe matará a melancolia
e fará sempre algo por você.
É sempre assim que vai ser.

Em todas suas decepções
terá muitas outras opções
para conseguir restabelecer.

Batam em conjunto novos corações!
E esta ressonância nos dará trações
para todo dia a Aurora nascer.

Pedido de adoção



Para esse pedido de adoção
encho o meu ar de comoção
para aceitar um filho pródigo
que tenta desvendar seu código.

Conheço-lhe tão pouco,
mas sinto-me tão seu.
Prometo só lhe deixar aos prantos
e retornar para entoar seus cantos.

Quero me banhar na sua luz.
Sua geografia é que me conduz
com atitude de ripa-na-chulipa.

Quero me esbaldar nas suas praias
e converter suas guapas de saias,
pois, sou filho de Floriano com Floripa.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Seu Crime


O seu corpo é a imagem da perfeição.
Receio que minhas palavras não a descreverão
com a delicadeza merecida.

Seus ombros são os cabides dessa veste.
Os seus seios são doces taças de néctar.
A sua anca é suporte de um corpo delicado
e de nádegas arrebitadas.

Suas coxas claras escondem a beleza do seu sexo.
Seus pés macios parecem pisar nas nuvens.
A sua pele sedosa é cobertura sublime.

Eu sou
seu crime.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

A beleza está


Algumas vezes, a beleza está
na miopia dos nossos olhos,
no grau alcólico do sangue,
ou na satisfação com a vida.

E, muitas vezes, a feiura está
no senso crítico aguçado,
na tristeza de um endiabrado,
e no ardor obrigatório da lida.

O Belo e o Feio estão na percepção
e,não, em sua concretude física.
Prova disso é o amor e a paixão!

Os sentimentos nascem com a música
e trazem alento ao feio que a compaixão
o transformará em belo numa mente lúdica.



*a doçura do ácido perpassa a materialidade do olfato

domingo, 2 de dezembro de 2007

Estatutos do olhar

Poesia e foto de Raphael Alves

Artigo I

Fica estabelecida como identidade do ser humano não mais sua impressão digital e sua assinatura, mas seu olhar.


Artigo II

Fica decretado que o olhar é bem individual, tal como suas inúmeras interpretações. E é dever de todos respeitar a visão de mundo do próximo


Artigo III

Fica decretado que a beleza está para o olhar como este, por sua vez, está para a alma e que esta aliança entre os três é indissolúvel.


Artigo IV

Fica decretado que é irrevogável, inalienável e irrenunciável o direito de cada um emocionar-se diante das belezas da vida.


Artigo V

Fica proibido o condicionamento do olhar apenas para o mal, tal como qualquer expressão ou indício de indiferença no semblante diante da humilhação e exclusão alheias.


Parágrafo único

O olhar humano passa a ser livre como os olhos do condor que passeia sobre os Andes.


Artigo VI

Fica decretado que a verdade deixa, a partir de agora, de ser uma palavra para tornar-se a característica de cada olhar.
Parágrafo único
Cada dia passa a ser o Dia Oficial do “Olhar Com Bons Olhos”.


Artigo VII

Fica estabelecido que as lágrimas serão o único remédio do olhar sincero para a alma ferida.


Artigo VIII

Ficam estabelecidas como primeira e derradeira comunicações o olhar direcionado a outro.
Parágrafo Único
As palavras tornam-se meras coadjuvantes na comunicação diante da importância do olhar nos olhos.


Artigo IX

Fica estabelecido que a alma será o guia daqueles que, por decisão divina, nasceram sem ou perderam o dom da visão.


Artigo X

Passam a ser as Sete Maravilhas do Mundo:

a) O primeiro abrir de olhos do recém-nascido;

b) O olhar da mãe que amamenta o filho;

c) O olhar do pai que recebe o filho pela primeira vez no colo;

d) O olhar sábio dos idosos;

e) O olhar confortante da amizade;

f) O olhar da criança diante do brinquedo inesperado;

g) O olhar dos casais apaixonados.

E passa, também, a ser dever de todos contemplar, praticar e cultivar esses bens.


Artigo XI

Fica estabelecida a pureza do olhar como a suprema lei: a partir de agora, todos devem alinhar olhos e alma para contemplar o mundo, desbravando-o e redescobrindo-o com o deslumbramento dos olhos de uma eterna criança.





quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Helô do Elo


Olha Helô do elo:
do outro lado do duelo
devo que me devore
Sim!
Escreva uma árvore!

Dá pra vê-la depravada
mesmo ao estar desesperada.
Sem empecilho no gatilho.
Sim!
Plante um filho!

Serve o acervo de cevada.
És diva evadida enviesada.
Ao ser sincera, sou missivo.
Sim!
Tenha um livro!

Se a ti não verso,
ninguém versa.
Não fico apenas imerso
num belo par de conversa
.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Amor selvagem

Nossa festa rompeu a noite.
Querer seu findar era açoite
ao extremo prazer descabido
que fez, das águas do rio, libido.

Não temos mais de contar os dias.
Não teve tempo em que não ardias
em meu corpo, por todas as partes,
o teu corpo prestes a um enfarte.

Na selva, não houve acasalamento,
nenhum, que explodisse em rebento
tal como o nosso fulgor o fez.

Amamos! À queda da cachoeira!
Às águas fluidas, à corredeira,
fluíram os pudores da tez.