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INQUIETO

"Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)
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quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Mais Que Quando

Já que vamos ser amigos,
mais que amigos,
encha minha casa,
sirva minha taça,
beija-me no rosto.

Já que vamos ser amigos,
muito mais que amigos,
diga o que quiser,
o que lhe der prazer
num e n'outro ponto.

Já que amigos,
mais que amigos,
dê-me um abraço apertado
converse comigo
escute meu choro.

Já que vamos ser,
qu'eu lhe sinta em você,
que sejamos
mais que o quê
e quando.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Castelo de Areia


Forte mesmo
só debaixo do edredom,
onde destrono minha dor
e ninguém me vê chorar.

Paredes protegem meu castelo,
desfarelam como areia.
Há janelas gradeadas que me cegam,
portinholas que me trancam.

Na masmorra me consolo,
sinto-me o solo
de uma fortaleza
movediça.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

do chORO à fúRIA


O choque congestiona o fluxo sanguíneo.
A cabeça erguida entra em declínio.
As pernas tremem, não aguentam o peso.
O mundo desaba todo e o deixa preso.

Nos OlhOs, já se observa o desatino.
A face rubra paralisa sem destino.
A boca seca mostra-lo surpreso
e o ombro, de pronto, deixa de ser teso.

Escorre, pela cara, lágrima salgada
com o gosto, amargo, da mulher amada
e desce ríspida à travada glote.

Como um antídoto à honra humilhada,
retorna do estômago feita em cusparada
e o faz erguer em busca do que o esgote.