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INQUIETO

"Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)
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sábado, 13 de junho de 2015

Além do Tempo


O que você é?
Além do tempo
que confeccionou
seu sentido?
Se lhe por ao relento
qual será seu caminho?
sua disposição
O seu pensamento
é passado
Tem-se notado
o seu movimento
encantado
em outra opinião
Anda lado a lado
à ilusão dos seus passos
ante a imensidão
Os seus rumos errados
foram tomados
por pura indução
Se não tiver notado
seu aterramento
foi amarrado no vento
Pode até arrumar
um invento
pra sobreviver

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Há Mais de Meia Década

Até hoje sinto aquele beijo.
Tão curto tempo que até hoje dura.
Não ter tido outro me deixou sem jeito
de lhe olhar de novo sem ser receoso.

Sinto por você, amor sem igual
quero só lhe ver feliz mesmo que ao final
nunca viva junto aos seus carinhos.
Me contento em saber dos seus caminhos.

Estes dias mostram o que guardei por anos,
os seus ventos, suas brisas, ou seus encantos
que me ensinam a me tornar mais leve
não destruir meus sonhos, que me encontram.

Sem os seus defeitos, não se faz possível,
mas não os noto além do invisível
porque são nuances de sua bela forma,
dão caráter ao ideal que me conforta.

Não destrua meus sonhos e não me deixe perdido,
pois lhe quero tanto que não lhe quero mal.
Se não quiser mais o que você já tem,
levante a cabeça, me diga nos olhos.

Eu que não quisera ninguém ao lado
quero você quando precisar de mim.
Quero envelhecer consigo, juntos.
É o que há de mais profundo aqui.

Vai ter que procurar em Marrakech,
Lisboa, Moçambique ou Paquistão
Mas devo estar em Poços, então
Topa morar comigo em qualquer canto.

Sinto cada letrinha digitada no teclado
pra desfazer o caos deste seu vendaval,
seus maremotos que engolem, incontrolados,
os meus vulcões a lhe lavarem o mal.

Deixa o mundo dar seus passos soltos
e um dia vamos pisar a mesma pegada.
Daí levante, pronto, a sua cabeça,
olhe meus olhos e diga se não digita.

Tenho sofrido muito nessa vida
e o único que não posso suportar
são as palavras do seu sofrimento
no mais, tudo pode me atrapalhar.

Não preciso de alianças para o amor
que me faz gaguejar, que me lacrimeja,
que me faz estar ai, estando aqui,
me faz querer viver só pra lhe ver.

Eu tenho a cabeça enterrada nas nuvens,
mas aceito que bote meus pés no chão.
Se se aventurar em minhas ilusões,
pés no chão, nós nas nuvens, não terá trovões.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

BRAVO

Desce a água de um Rio fugidio
de encontro ao Mar
Cantam Aves seus piares e arrepio
sem saber cantar
Correm, entre as Folhas, Alevinos
Pairam Pedras sobre o leito
Troncos finos às espreitar
Carangueijos nutrem a terra pequeninos
sob a sombra da folhagem seca
Tecem teias, as Aranhas, por famintas
e os Insetos têm de escapar
Entre as ondas, surfam Peixes graudinhos
sem prancha para os levar
As Gaivotas sobrevoam um Cardume
vez em quando furam o Mar
O Pato d'água nada e afunda
para alimentar
Observam, os Urubus, em alto vôo
ventam-se atoa
Lá ao fundo, há um burburinho
que se move na harmonia de Golfinho
Atrás das Sardinhas
tantas são, tadinhas
Lá na Ilha, outra vida nos espera
mas a Selva assevera:
Deixe o Homem pra lá!

sábado, 5 de maio de 2012

bEla iNOmiNADA

Um só olhar teu me fez cair
em precipitação para o devir
de acolher-te, forte, aos braços meus
para tornar-me eterno semideus.

Num corredor opaco por impuro,
 o teu leve caminhar apuro
a por meu senso estremecido
e a mim, inteiro, embevecido.

Mesmo sem nome ou palavra,
afirmo formar farta lavra
dos mais belos fatos, juntos.

Tua explosiva fronte me enfarta
a ponto de te suplicar, em ata,
que o teu olhar permita os meus assuntos.



quarta-feira, 25 de abril de 2012

Forjado na Bigorna


Põe teus pistões pra bater!
Põe teu metal pra suar!
Põe teus pneus pra correr,
meu coração pra pulsar.

O sangue em teu tanque treme
sob o olhar a te admirar
e, ao teu ranger, teme
o estrondo entoado no ar.

Com ímpeto, forje o vigor
em forte ferro e calor
e nada me faz desmontar.

Se a fêmea fora feita de lata,
seu batucar em aço arrebata
meu peito pronto a'prontar.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

singuLAR sOciedade

Nos trEchos tortuoSoS da VIEla,
ao encArar a vIda como é ela,
batem cOrações pela harmonia
de ESTarmos juntOS SOb sincronia.

Se a tua pele negra imPele paz,
uns brancos bERRAM sermos desIguais
por crerem tERMOS muitas diFEREnças
em um engAno tOrTo de aparênCIAs.

Somos irMÃOS TALhados em País
tolhIdo para o enTorno de paRis
enFartar-se em inSana vaIdade.

Se resPiramos o Mesmo ar pelo nariz
e o mEsmo baTIMEnto o faz FELiz,
vAMOs viVer em singulAr sOciedade.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Pretejar

Não levo o peito à cama
pra não me trovejar o coração.
No instante em que se inflama,
traz de volta ao mundo
                                              [solidão

Tremendos rodopios planam
nas voltas fervorosas do meu
                                                  [vão
Escuto os termos tímidos
das turbas tolerantes de então.

Esqueço-me do terço entoado
de um crente já desacreditado
por ter nos sentimentos 
                                             [a razão

Permito aos prantos parcos
verterem-se em mil cacos
pra darem, enfim, à Luz
                                              [Escuridão.


domingo, 13 de dezembro de 2009

Consigo Contigo Comigo

Poesia vencedora do concurso de Poços de Caldas 2009


 Entreguei meus sentimentos nas palavras,
as que estavam engasgadas na garaganta.
Você sabe muito bem, não tenho travas
e essa é a qualidade que lhe encanta.

O seu jeito espôntaneo me fascina.
Tão novinha e a cabeça lá pra cima.
Vive o dia a dia em rua errante
e flutua com suíngue inebriante.

Não quero mesmo apenas um momento,
que levaria pro infinito um leve vento.
O que quero consigo é mais que brasa!

Só quero mesmo é lhe ter comigo
e em cada chuva desssa vida ser abrigo
pra lhe acolher segura em minha casa.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Paixão Interrompida

Desajustados, batem meus ventrículos
e minha face obedece aos ventríloquos
que ajustam o caminhar da minha boca,
oca, capaz de entoar só essa voz rouca.

Só tem sangue venoso nos meus átrios.
Esvaem-se os vastos adjetivos pátrios
por cederem espaço à paixão sadia
afogada em doses extras de covardia.

Romperam-se as funções das válvulas
e, se puder lhe reciclar, salvo-las,
para poder restar alguma parte minha.

Sua ausência desconjuntou os batimentos
e, por ora, os meus olhos são lamentos
de um coração a morrer de arritmia.

quarta-feira, 21 de março de 2007

Contígua

Eu queria ter tido aquela noite
contigo,
mas nós vacilamos ao sairmos
do bar
Eu sei que faria um desgosto
a um amigo,
mas nos daria um prazer
descabido
se nos fizesse
gozar
sem parar
As pornografias que trocamos
no ouvido
nos realizariam num só farto
estalar
Eu tô na vontade de correr
perigo
E te fazer delirar,
devagar.