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INQUIETO

"Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)
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sexta-feira, 22 de maio de 2015

Dos Passos D.A.Dos

Trabalho em prédios
mais antigos que eu,
que a vida que levo
Peso o passado
sem saber,
sem querer apagá-lo
e apagando...
vivo o vivido
Meus antepassados
foram tão ou mais
preocupados com o futuro
em que me enquadro
Desse piso pesado,
empanado
e carcomido
Solo aterrado,
entontecido
Deixo o acaso
ser meu vizinho,
meus cantos
que escondem o pecado
de homem esquecido
Antes de ter
abandonado um caminho
que dizia ser
o mais adequado
aos meus filhos

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Na Terra do SOU

Dizem que sou
isso ou aquilo
aquilo outro
e aquilo mais
Um'outra coisa
coisa nenhuma
e eu, tanto faz!

Coisa que é
ou que não é
não importa mais
Importam os Uis
e não os Ais

Se porta um plus
um algo a mais,
porte-se blues
ou parta um jazz

Nos tons de azul
ou de lilás
teu corpo é cool
é habitat

Dizem que sou
isso ou aquilo
aquilo outro
e aquilo mais
Um'outra coisa
coisa nenhuma
e eu, tanto faz!

Se é rock'n'roll
e quer demais
perde um amor
por outros mais

Pode não ser 
o que deseja
mas tem tesão
e brotoeja

Se é bossa nova
ou se não é
só cabe a si
sambar

Coisa que é
ou que não é
não importa mais
Importam os Uis
e não os Ais

Toca seu groove
com entonação
e há quem ouça
samba canção

Suas artimanhas
só vão saber
os que forem
ao menos hipster

Dizem que sou
isso ou aquilo
aquilo outro
e aquilo mais
Um'outra coisa
coisa nenhuma.
Eu, tanto faz!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Pingo ou Pau

Se passa o correntão
e tomba o tronco,
não cai o pingo,
não junta nuvens.
Atrapalha o sistema
e retorna o sintoma,
lhe seca o seio.

Qualquer que seja atitude
tem magnitude
altera o trânsito dos dados
põe-se a injuriar reflexos
torna o meio mexido,
qualquer química aquecida
por um comportamento enriquecido.

A modificação por meio agressivo
provoca pânico progressivo
se desequilibra as medidas
que lhes conformam acolhidos
sob condições contidas.
Uma distensão desaparecida
em mundos inimagináveis.

Seus atos sendo comedidos
ajustam todos os sentidos
ao tempo de outros mecanismos
em cadenciada sincronia.
Assim, outros seres vivos
e demais componentes químicos
marcham em conjunta harmonia.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

iLuSão


Nem te conheço,
mas já te sinto nas mãos.

Não sei tua feição,
mas te suponho no sonho.

Eu não sei quem tu és,
mas te tenho
___________ILUSÃO...

Nem sei o teu nome,
mas já te dou apelidos.

Não sei o que pensas,
mas te imagino poemas.

Eu não escuto tua voz,
mas silencio os
_____________SUSSURROS.

Nem sei onde vives,
mas já te trago adereços.

Não conheço tua rua,
mas já transito teu seio.

Eu não vejo teu quarto,
mas teu lençol,
_____________INCENDEIO!

Como Pedra


Deitado sobre a pedra,
abraçado a ela,
incorporado.

Manchado como ela.
Uma mancha nela,
um pedaço.

Duro como a pedra,
esparramado nela,
amolecido.

Parado como a pedra,
compassivo com ela,
emparedado.

Redondo como a pedra,
talhado por ela,
amealhado.

BRAVO

Desce a água de um Rio fugidio
de encontro ao Mar
Cantam Aves seus piares e arrepio
sem saber cantar
Correm, entre as Folhas, Alevinos
Pairam Pedras sobre o leito
Troncos finos às espreitar
Carangueijos nutrem a terra pequeninos
sob a sombra da folhagem seca
Tecem teias, as Aranhas, por famintas
e os Insetos têm de escapar
Entre as ondas, surfam Peixes graudinhos
sem prancha para os levar
As Gaivotas sobrevoam um Cardume
vez em quando furam o Mar
O Pato d'água nada e afunda
para alimentar
Observam, os Urubus, em alto vôo
ventam-se atoa
Lá ao fundo, há um burburinho
que se move na harmonia de Golfinho
Atrás das Sardinhas
tantas são, tadinhas
Lá na Ilha, outra vida nos espera
mas a Selva assevera:
Deixe o Homem pra lá!

Refúgio


Fujo da opressão, dos prédios, por sacrilégio, das ruas cheias, das pessoas rasas.

Fujo de mim mesmo, do que fui, do que pretendia ser. Das obrigações mundanas, do tédio. Do aluguel do corpo, das contas a prestar.

Fujo das remessas rotineiras de afeto sem traquejo, sem beijo.

Fujo do passado, malogrado. Das histórias infindadas, dos abraços sem pegada.

Fujo das conversas com caminho traçado, com resultado.

Fujo de filosofias saturadas, de cartas marcadas, onde não se pode inovar.

Fujo de um mundo sem pecado, desvairado, onde só se pode acertar. Dos comportamentos marcados, ritmados, rotulados pra pagar.

Fujo de um povo apavorado, que tem tudo, mas insiste em negar.

Fujo para a praia do rescaldo, do meu lado, onde Ser é estar.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Testigo


Juro dizer
nada mais que a verdade
a que sempre me rege,
somente a verdade,
amem!

Prometo, por honra,
ser feita a nossa vontade
nas funções a mim confiadas
na terra ou no céu
também!

Garanto agora
e na hora de nossa morte
agir com probidade,
assim, entre as mulheres,
mamem!

Comprometo-me a perdoar
a quem tenha ofendido,
para a convivência humana,
buscando a paz,
além!

Prometo, por fim,
defender a Liberdade.
Eia, pois, advogada nossa,
já que a ti me confio,
amém!

domingo, 16 de fevereiro de 2014

consTiTua


me entrosei na panamericana,
após atravessad'os oceanos.
Em ritmo ordenado pela gana,
transitei em torno aos seus enganos.

Ao lhe trilhar em todos os sentidos
fui transformado em parte, aos prantos.
E, caso impeça tal canibalismo,
já vai estar exposta aos danos.

Qual seja o ideário adotado:
fuja ou fique em suporte,
vai ser um código encadeado.

Nos dígitos que nos dão direção,
sou linha avessa à razão
escrita sem ter resultado.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

não ao não


Nenhuma norma anula a Natureza,
enervada em nômades humanos.
O nato entona em defesa
os nomes destinados dos seus manos.

Anunciad'o ânimo e nobreza,
nutre-se o ensino dos enganos,
nega-se o alcance da certeza,
arruinando o plano dos decanos.

A uma única tônica os condena.
Destina o seu sangue à gangrena.
Emana as notas do final.

Reclama os danos d'uma pena
e trama pra tornar eterna
a sua sina em ser vegetal.



quarta-feira, 31 de julho de 2013

entreMentes



Se observar a vida de chofre,
mesmo sob o manto da saúde,
verá, a todo canto, amiúde
a ruína por que, tolo, sofre.

O torpor, há tempos,  lhe aturde
sequioso pela terra do enxofre.
Faz-lhe suplicar por ter um cofre
que tranque o ardor da juventude.

Do nascimento à morte, insidiosa,
há mais de mil versões da glosa
para dar fins ao retrocesso.

A vida é mortificação fantasiosa.
Se não tirar tento desta prosa,
devolva, no guichê, o seu ingresso.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

vivus voco

Sem razão para crer
nas invenções por aí,
sem sermão sequer
posta-se para iludir.

Comporta-se para conter
preceitos ao incutir
o que julga seu ser
lançar-se como elixir.

Mas, sem solução, se ferra
crente como seus pares.
Perde o duelo e a guerra
lhe faz atrasar hectares.

A razão finca raízes na terra,
a crença joga suas folhas nos ares.
Quando seu vôo se encerra,
deitam no solo os azares.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Fremem

A palavra surge
sem causar espanto,
mas a frase inteira
traz estranhamento.

Outro trecho dito
traz um disparate
e os ouvidos mudos
calam-te.

O discurso segue
e os olhares tortos
tornam rubra a face.

Pelo fim dos versos,
num só solilóquio,
violentam-se.


domingo, 17 de fevereiro de 2013

aPáLavra

a palavra
repetida
muitas vezes
tem o seu
sentido
suprimido
suprimi
supre

a palavra
tem no seu
sentido
algo
por ter sido
repetiDA
repetIDA
repeTIDA

a palavra
sem ser
dita
teme ter
a sua letra
esquecida
e qu  ci  a
   q    c   a

rePETida
a palavra
su.........
a palavra

a pa lavra
a pa la vra
a p a l a v r a

domingo, 9 de dezembro de 2012

Tais e Quais

Os PAIS
portam-se
tais e quais
os seus ANCESTRAIS
noutro lugar.

E MAIS,
tanto faz
se após ou atrás,
só endossam
os dEMAIS.

Bem perto
do CAIS,
seguram,
em PAZ,
sua prole.

Só seguem
RAIZ
rumo ao rito
onde quis
um FIM.

Os FILHOS
falham na diretriz
de entortarem
as TRAMAS
traçadas.

Postam-se
filhos e pais
como seus ancestrais
noutro TEMPO
e LUGAR.

sábado, 1 de dezembro de 2012

+QimperFeito

Sem coragem de dizer,
de assumir vontades,
as mais íntimas
guardadas no seio,
com medo e vergonha.

Por ser tão duro dar,
a quem mais quis,
o que menos queria,
ter de deixar
silentes os gritos.

Oa abraços não dados,
os beijos suprimidos,
os suspiros,
agora, resquícios
do que não fomos.

Após nos reinventar,
tirar-nos defeitos
e nos preparar,
esquecer-nos
sem leito.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

bizARria


Acompanhou Cabral em ato oficial,
fez o lobby indigenista.
Miscigenou.

Após o Apostolado,
de ter Jesus ao lado,
apôs-se a cada posse.

Nas praças
e palcos de teatros
atou triunviratos.

Atuou Contra e a Favor,
sem, nunca, se indispor.
Apaziguou.

Liderou massas cinéticas,
sem, nunca, desviá-las .
Deslanchou.

Rebelde em curto prazo,
na França, "por um acaso", 
adoeceu.

Agora, sem desculpa,
se esquece a Lupa,
o Pau Comeu!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

sentIDOS e ConSIderaDOS


Sentidos e considerados,
sintonizados
em frequencia nenhuma.

Ligados aos pedaços,
apressam o passo,
APRUMAM!

O tom que entoam
arremete à Comuna,
acumulada, atada à Coluna.

Mas quem diria?
A diferença os UNE!
Transforma-los iguais!

Em sincronia,
desorientam,
o tino dos demais.

O que ressoa
e os persuade
é o senso a se assumir.

Só se arrazoa
sobre rasuras
amealhadas cada vez mais.

Mas a maçada os arrefece,
faz a crise causar
caracóis em seu seio.

Conto-lhe m'a versão:
foi que indiquei o dedo
n'afronta ao arremedo
e à próxima direção.

Só que acataram
ao medo,
uns, só por meu gosto
azedo.

Mas nossa IRA,
insta ingerida
não nos dá saída,
faz da dor RAZÃO.