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INQUIETO

"Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)
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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Só Movemos

  Vemos
                     como somos
  Somos
                       o que vimos
ViVemos

domingo, 28 de setembro de 2014

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Engenho


Por onde anda o tempo
em que me perdi?
O tempo passado,
sem estar aqui.

Por onde anda o tempo
dos meus anos?
O tempo vivido
sem encanto.

Por onde anda o tempo
do sonho roubado?
O tempo acabado
em sono profundo.

Por onde anda o tempo?
Por onde anda a vida?
Por onde ando eu,
perdido, sem rumo.

Por onde anda o tempo
das ondas viradas?
O tempo das pedras,
dos passos pisados.

Por onde anda o tempo
que me enrugou?
O tempo que leva
o que me sobrou.

Por onde anda o tempo
dos ventos soprados?
O tempo esquecido,
nunca mais lembrado.

Por onde anda o tempo?
Por onde anda a vida.
Pra onde √ai querida,
me leve daqui!

sábado, 7 de junho de 2014

frente ao fim



foi posto em cimento,
no cal do lamento.
e, assim, nesse posto,
tem-se por suposto.

mas move-se e movimenta
por seu planeta-placenta.
desponta em seu brilho,
provoca temor e arrepio.

pensa se pode ser livre
da condição em que vive,
em um novo ambiente.

só que prende-se ao chão,
pois, os pés o trapacearão
e tudo tornará repente.

segunda-feira, 10 de março de 2014

torna-te


Os acontecimentos têm-se
ante à toda relutância
em dar contradição
à essência.

Um ato é tomado
em tortas circunstâncias,
que te dão direção,
transformam-te em ti.

Ao tom da entonação,
no tempo em que te parte,
tens arte, que te faz existir.

Com o acaso à tona,
te torna,
sem termos como resistir.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

consTiTua


me entrosei na panamericana,
após atravessad'os oceanos.
Em ritmo ordenado pela gana,
transitei em torno aos seus enganos.

Ao lhe trilhar em todos os sentidos
fui transformado em parte, aos prantos.
E, caso impeça tal canibalismo,
já vai estar exposta aos danos.

Qual seja o ideário adotado:
fuja ou fique em suporte,
vai ser um código encadeado.

Nos dígitos que nos dão direção,
sou linha avessa à razão
escrita sem ter resultado.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

não ao não


Nenhuma norma anula a Natureza,
enervada em nômades humanos.
O nato entona em defesa
os nomes destinados dos seus manos.

Anunciad'o ânimo e nobreza,
nutre-se o ensino dos enganos,
nega-se o alcance da certeza,
arruinando o plano dos decanos.

A uma única tônica os condena.
Destina o seu sangue à gangrena.
Emana as notas do final.

Reclama os danos d'uma pena
e trama pra tornar eterna
a sua sina em ser vegetal.



quarta-feira, 31 de julho de 2013

entreMentes



Se observar a vida de chofre,
mesmo sob o manto da saúde,
verá, a todo canto, amiúde
a ruína por que, tolo, sofre.

O torpor, há tempos,  lhe aturde
sequioso pela terra do enxofre.
Faz-lhe suplicar por ter um cofre
que tranque o ardor da juventude.

Do nascimento à morte, insidiosa,
há mais de mil versões da glosa
para dar fins ao retrocesso.

A vida é mortificação fantasiosa.
Se não tirar tento desta prosa,
devolva, no guichê, o seu ingresso.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

biSonho

um homem metido às soluções
há de enrolar-se em seduções
sensíveis ao seu nutrido sonho.

sua ilusão torna-se confusa
ao ver-se dentro de sua blusa
tão só mais um ser bisonho.

assim, a dor o assola, lancinante,
pois, passa a ignorar, doravante,
o que tornara esse mundo enfadonho.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

direitinho


Por viver'em Singular Sociedade,
os homem'se debat'em vaidade
para saciarem seus sentidos,
darem azo aos anseios suprimidos.

Contudo, TUDO é D.A.Do. à finitude
mesmo os seres cheios de saúde.
Ao notarem, em atraso, que tolhidos,
travam guerra e todos são vencidos.

Percebendo os mesmos erros amiúde,
põ'em paz sua profana latitude
e enlatam regr'aos outros, oprimidos:

"Se cumprires direitinho, não sendo rude,
será concedida, a ti, a (vã) virtude
de esvaeceres, tu, os teus sentidos."

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

bizARria


Acompanhou Cabral em ato oficial,
fez o lobby indigenista.
Miscigenou.

Após o Apostolado,
de ter Jesus ao lado,
apôs-se a cada posse.

Nas praças
e palcos de teatros
atou triunviratos.

Atuou Contra e a Favor,
sem, nunca, se indispor.
Apaziguou.

Liderou massas cinéticas,
sem, nunca, desviá-las .
Deslanchou.

Rebelde em curto prazo,
na França, "por um acaso", 
adoeceu.

Agora, sem desculpa,
se esquece a Lupa,
o Pau Comeu!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

sentIDOS e ConSIderaDOS


Sentidos e considerados,
sintonizados
em frequencia nenhuma.

Ligados aos pedaços,
apressam o passo,
APRUMAM!

O tom que entoam
arremete à Comuna,
acumulada, atada à Coluna.

Mas quem diria?
A diferença os UNE!
Transforma-los iguais!

Em sincronia,
desorientam,
o tino dos demais.

O que ressoa
e os persuade
é o senso a se assumir.

Só se arrazoa
sobre rasuras
amealhadas cada vez mais.

Mas a maçada os arrefece,
faz a crise causar
caracóis em seu seio.

Conto-lhe m'a versão:
foi que indiquei o dedo
n'afronta ao arremedo
e à próxima direção.

Só que acataram
ao medo,
uns, só por meu gosto
azedo.

Mas nossa IRA,
insta ingerida
não nos dá saída,
faz da dor RAZÃO.

domingo, 17 de junho de 2012

florista do abSURDO



Em uma moto, carente de cuiD.A.Do.s,
esfolam calos, por anos, propagados.
Esgueira o corpo em um rude corredor
e'squece o'fício em fúria e dor.

Se para, se prepara, já que os fardos
transtornam os temor' estricnados.
Sujo sangue sug'a sina do calor,
assim, ass'o senso do seu dissabor.

Mal sab'os sonho' a si assenhorados
em sua sanh' assídua nos pecados.
Agora, eis que, só uma solitária FLOR

cabe à si dar os fins fantasiados.
Foi o seu amor, afim de seus agrados,
quem fez esmaecer os tons de toda DOR.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

singuLAR sOciedade

Nos trEchos tortuoSoS da VIEla,
ao encArar a vIda como é ela,
batem cOrações pela harmonia
de ESTarmos juntOS SOb sincronia.

Se a tua pele negra imPele paz,
uns brancos bERRAM sermos desIguais
por crerem tERMOS muitas diFEREnças
em um engAno tOrTo de aparênCIAs.

Somos irMÃOS TALhados em País
tolhIdo para o enTorno de paRis
enFartar-se em inSana vaIdade.

Se resPiramos o Mesmo ar pelo nariz
e o mEsmo baTIMEnto o faz FELiz,
vAMOs viVer em singulAr sOciedade.

sábado, 20 de novembro de 2010

UnA diversidad

das inVasões BÁRBAras que SOfremos
das humilhAÇÕES e a inSTRUMEntalização
LIQUIDIficaram a dignidade dos fraTERNOS
impleMENTARAM a selvaGERIZAção

CIVILizações fotemente insTiTuídas
foram cruciFICADAS a morrer.
Na ignorânCIA de SERem: "as esCOLHIDAS"
JUSTificaram o DIreito de os sorVer.

Mas os reTALHOS sEM Costura
deixados por eLes atrÁS da fortUNA
são feitos de Homens, são VoCê!

Nas muDANÇAS à éPOCA futura,
nas AÇÕES REALizadas por USUra
fazem o nosSO MUNDO aCONTEcer.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

do chORO à fúRIA


O choque congestiona o fluxo sanguíneo.
A cabeça erguida entra em declínio.
As pernas tremem, não aguentam o peso.
O mundo desaba todo e o deixa preso.

Nos OlhOs, já se observa o desatino.
A face rubra paralisa sem destino.
A boca seca mostra-lo surpreso
e o ombro, de pronto, deixa de ser teso.

Escorre, pela cara, lágrima salgada
com o gosto, amargo, da mulher amada
e desce ríspida à travada glote.

Como um antídoto à honra humilhada,
retorna do estômago feita em cusparada
e o faz erguer em busca do que o esgote.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

REtroVISORA

Há de haver penhasco pro abismo.
Sem onda, será surfista do sofismo:
ao optar pela premissa rosa
afogou o branco em presunção falaciosa.

Se se concentrar no lustre da embalagem
terá mesmo um vaso em bela imagem.
Mas veja o serviço que se propõe prestar
ou as bolachas do seu EU vão estragar.

Um recipiente não deve refletir
a não ser o que seja que sentir
à pena de lhe tornar a si exterior.

Se há sombras sem luz, vou intervir
pra não ver o que houver em seu devir
e só lhe ter de novo no retrovisor.