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INQUIETO

"Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)
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domingo, 17 de junho de 2012

florista do abSURDO



Em uma moto, carente de cuiD.A.Do.s,
esfolam calos, por anos, propagados.
Esgueira o corpo em um rude corredor
e'squece o'fício em fúria e dor.

Se para, se prepara, já que os fardos
transtornam os temor' estricnados.
Sujo sangue sug'a sina do calor,
assim, ass'o senso do seu dissabor.

Mal sab'os sonho' a si assenhorados
em sua sanh' assídua nos pecados.
Agora, eis que, só uma solitária FLOR

cabe à si dar os fins fantasiados.
Foi o seu amor, afim de seus agrados,
quem fez esmaecer os tons de toda DOR.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

singuLAR sOciedade

Nos trEchos tortuoSoS da VIEla,
ao encArar a vIda como é ela,
batem cOrações pela harmonia
de ESTarmos juntOS SOb sincronia.

Se a tua pele negra imPele paz,
uns brancos bERRAM sermos desIguais
por crerem tERMOS muitas diFEREnças
em um engAno tOrTo de aparênCIAs.

Somos irMÃOS TALhados em País
tolhIdo para o enTorno de paRis
enFartar-se em inSana vaIdade.

Se resPiramos o Mesmo ar pelo nariz
e o mEsmo baTIMEnto o faz FELiz,
vAMOs viVer em singulAr sOciedade.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

do chORO à fúRIA


O choque congestiona o fluxo sanguíneo.
A cabeça erguida entra em declínio.
As pernas tremem, não aguentam o peso.
O mundo desaba todo e o deixa preso.

Nos OlhOs, já se observa o desatino.
A face rubra paralisa sem destino.
A boca seca mostra-lo surpreso
e o ombro, de pronto, deixa de ser teso.

Escorre, pela cara, lágrima salgada
com o gosto, amargo, da mulher amada
e desce ríspida à travada glote.

Como um antídoto à honra humilhada,
retorna do estômago feita em cusparada
e o faz erguer em busca do que o esgote.

sábado, 18 de setembro de 2010

DisTiNTurado

Aqui, dentro de mim, está guardado,
comprimido de um modo exaustivo,
os sentimentos de um sonho inacabado
e as dores de um delito omissivo.

A pressão dos olhares renegados
e os caminhos sinuosos adotados
são fuga à verdade e ao que sinto.
Tornam branco o sangue que foi tinto.

Meu corpo não se aguenta manter são
por agir em cada escolha à contramão
das vontades internadas de amargura.

Espero que a premente erupção,
antes que me  arruine em implosão,
destrua esta pálida e soturna armadura.

terça-feira, 13 de julho de 2010

ÍNDIOssynkrasía

O cérebro me escapa ao crânio
num ímpeto extracutâneo,
que a tripa toda extravasa.
Perdem-se todos os totens da casa.

Temido tiro em titânio
trespassa o espaço espontâneo.
Impetra-se o pombo sem asa
em órbita de nave da Nasa.

De súbito, um subterrâneo
intenta trajar-se de urânio
e troça do que lhe atrasa.

Num giro, verte-se vulcâneo
em retrocesso extemporâneo
e irrompe-se da aeropausa.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Nem me viu


Quem te viu, quem te vê
Bem-te-vi
A tua vida vadia
evadiu.
Se envolveu nos vacilos
da vida.
Visando averbar a revira-
volta.
Se teus sonhos sadios
dormiram,
se enfadou nos caminhos
fodidos
e faliu sua chance
de mudar sua
história.
Se roeu nas raízes
dos males
e morreu sem
brincares
nessa vida
arredia.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Eles não vão à Daslú

A sociedade foi feita por ricos.
E pros ricos ela foi desenhada.
Se um pobre não tiver muito afinco,
Vai viver pra sempre na merda.

Se quiséssemos distribuição igualitária,
Estabeleceríamos um teto de riqueza.
Mas quem for, na pobreza, um pária,
Terá milhões de reais em tristeza.

Ilhas, mansões, carrões, Daslú.
Fome, miséria e calor no talo.
Os pobres morrem como patos, incautos
Amarrados na escravidão dos contratos.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

O Vendedor de balas

Estão levando o pobre pro buraco.
As alternativas que ele encontrou
pra mandar 50 conto pro nordeste
é vida de esmoleiro em que investe.
..............
Vive os percalços violentos das vielas
e sofre a desconsideração de velhas.
Se passar pelo efeito de ser invisível
poderá acumular pertences no desnível.
.........
O carpinteiro quer montar sua vinícola
talvez voltar à exploração silvícola.
Só que, agora, anda na rua sem vacina.
............
Pede pra ser preso, pra ter vida boa
ou uma terra, que ninguém lhe doa,
que irá proteger com sua carabina!

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Tacanha


Esse teu olhar dissimulado
de desprezo por mim, alijado,
dói forte nas minhas entranhas
por não saber o que ganhas.
Me incomoda forte tua sanha
por ser tu mulher tacanha
a estimular o peso do fardo
por mim, arduamente, carregado.
Vão passar tuas artimanhas.
Vão passar dores tamanhas
que me tornarão liqüidado.
Vão passar as tuas sanhas.
Vão passar as minhas manhas.
E só ficarão no passado.