Páginas

INQUIETO

"Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)
Mostrando postagens com marcador liberdade. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador liberdade. Mostrar todas as postagens

domingo, 4 de outubro de 2015

Fadídica


Quando anoitecem os pensamentos,
quando se encontram os corações,
quando reunimos os destinos,
amanhecemos as intenções.

Quando caminhamos juntos,
quando dividimos emoções,
quando anunciamos nossas vidas
acalentamos a condição

Enquanto entardecemos nosso riso,
quando alguém nos dá a mão,
temos novo olhar e viço,
damos novo nome ao compromisso.

Enquanto chove em meu descanso,
quando já não há mais ilusão,
encontro pagamento ao meu serviço,
derreto a alegria em cada vão.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

A Receita

Cada conversa
versa
sobre seu lado
Tem demonstrado
o intento
O talento que tem
em si
Violento trajeto
que ostenta
Seu comportamento
Pimenta
Um invento e tanto
Um passo além
Põe tamanco
um metro e noventa
e levanta
fica atento
Qualquer movimento
o encanta
Acende o acento
imanta
Atormenta seu santo
devaneia num canto
inventa
Você tem em seu pranto
o tempo
Seu sustento
o extrato
do seu argumento
A Receita

domingo, 15 de março de 2015

aPátrida

UM PÁRIA
PERECE

SE PERTENCE


A     SI           SÓ



SEM           SUA




P  Á  T  R  I  A
           PERENE

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Na Terra do SOU

Dizem que sou
isso ou aquilo
aquilo outro
e aquilo mais
Um'outra coisa
coisa nenhuma
e eu, tanto faz!

Coisa que é
ou que não é
não importa mais
Importam os Uis
e não os Ais

Se porta um plus
um algo a mais,
porte-se blues
ou parta um jazz

Nos tons de azul
ou de lilás
teu corpo é cool
é habitat

Dizem que sou
isso ou aquilo
aquilo outro
e aquilo mais
Um'outra coisa
coisa nenhuma
e eu, tanto faz!

Se é rock'n'roll
e quer demais
perde um amor
por outros mais

Pode não ser 
o que deseja
mas tem tesão
e brotoeja

Se é bossa nova
ou se não é
só cabe a si
sambar

Coisa que é
ou que não é
não importa mais
Importam os Uis
e não os Ais

Toca seu groove
com entonação
e há quem ouça
samba canção

Suas artimanhas
só vão saber
os que forem
ao menos hipster

Dizem que sou
isso ou aquilo
aquilo outro
e aquilo mais
Um'outra coisa
coisa nenhuma.
Eu, tanto faz!

sábado, 25 de outubro de 2014

Estado em SI

O indivíduo, em sua identidade,
é só quem pode determinar
o modo melhor como age.

Se há de ser inteiro ou metade,
fugir de sua verdade,
só cabe a si decidir.

Um cidadão pode se descuidar
pode ser covarde
e há que se conformar!

Se quiseres ser o que fores,
tem de ter aqui e alhures
limites aos teus Limites.

se tenta impor teus ardores
além dos de teus detratores,
toma o troco no mesmo ato.

Quem ultrapassa a proteção de si,
delineada lado a aliados,
bota o papo todo em choque,

                   em conFissão nuclear.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Engenho


Por onde anda o tempo
em que me perdi?
O tempo passado,
sem estar aqui.

Por onde anda o tempo
dos meus anos?
O tempo vivido
sem encanto.

Por onde anda o tempo
do sonho roubado?
O tempo acabado
em sono profundo.

Por onde anda o tempo?
Por onde anda a vida?
Por onde ando eu,
perdido, sem rumo.

Por onde anda o tempo
das ondas viradas?
O tempo das pedras,
dos passos pisados.

Por onde anda o tempo
que me enrugou?
O tempo que leva
o que me sobrou.

Por onde anda o tempo
dos ventos soprados?
O tempo esquecido,
nunca mais lembrado.

Por onde anda o tempo?
Por onde anda a vida.
Pra onde √ai querida,
me leve daqui!

BRAVO

Desce a água de um Rio fugidio
de encontro ao Mar
Cantam Aves seus piares e arrepio
sem saber cantar
Correm, entre as Folhas, Alevinos
Pairam Pedras sobre o leito
Troncos finos às espreitar
Carangueijos nutrem a terra pequeninos
sob a sombra da folhagem seca
Tecem teias, as Aranhas, por famintas
e os Insetos têm de escapar
Entre as ondas, surfam Peixes graudinhos
sem prancha para os levar
As Gaivotas sobrevoam um Cardume
vez em quando furam o Mar
O Pato d'água nada e afunda
para alimentar
Observam, os Urubus, em alto vôo
ventam-se atoa
Lá ao fundo, há um burburinho
que se move na harmonia de Golfinho
Atrás das Sardinhas
tantas são, tadinhas
Lá na Ilha, outra vida nos espera
mas a Selva assevera:
Deixe o Homem pra lá!

Refúgio


Fujo da opressão, dos prédios, por sacrilégio, das ruas cheias, das pessoas rasas.

Fujo de mim mesmo, do que fui, do que pretendia ser. Das obrigações mundanas, do tédio. Do aluguel do corpo, das contas a prestar.

Fujo das remessas rotineiras de afeto sem traquejo, sem beijo.

Fujo do passado, malogrado. Das histórias infindadas, dos abraços sem pegada.

Fujo das conversas com caminho traçado, com resultado.

Fujo de filosofias saturadas, de cartas marcadas, onde não se pode inovar.

Fujo de um mundo sem pecado, desvairado, onde só se pode acertar. Dos comportamentos marcados, ritmados, rotulados pra pagar.

Fujo de um povo apavorado, que tem tudo, mas insiste em negar.

Fujo para a praia do rescaldo, do meu lado, onde Ser é estar.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Testigo


Juro dizer
nada mais que a verdade
a que sempre me rege,
somente a verdade,
amem!

Prometo, por honra,
ser feita a nossa vontade
nas funções a mim confiadas
na terra ou no céu
também!

Garanto agora
e na hora de nossa morte
agir com probidade,
assim, entre as mulheres,
mamem!

Comprometo-me a perdoar
a quem tenha ofendido,
para a convivência humana,
buscando a paz,
além!

Prometo, por fim,
defender a Liberdade.
Eia, pois, advogada nossa,
já que a ti me confio,
amém!

quarta-feira, 31 de julho de 2013

entreMentes



Se observar a vida de chofre,
mesmo sob o manto da saúde,
verá, a todo canto, amiúde
a ruína por que, tolo, sofre.

O torpor, há tempos,  lhe aturde
sequioso pela terra do enxofre.
Faz-lhe suplicar por ter um cofre
que tranque o ardor da juventude.

Do nascimento à morte, insidiosa,
há mais de mil versões da glosa
para dar fins ao retrocesso.

A vida é mortificação fantasiosa.
Se não tirar tento desta prosa,
devolva, no guichê, o seu ingresso.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

direitinho


Por viver'em Singular Sociedade,
os homem'se debat'em vaidade
para saciarem seus sentidos,
darem azo aos anseios suprimidos.

Contudo, TUDO é D.A.Do. à finitude
mesmo os seres cheios de saúde.
Ao notarem, em atraso, que tolhidos,
travam guerra e todos são vencidos.

Percebendo os mesmos erros amiúde,
põ'em paz sua profana latitude
e enlatam regr'aos outros, oprimidos:

"Se cumprires direitinho, não sendo rude,
será concedida, a ti, a (vã) virtude
de esvaeceres, tu, os teus sentidos."

sexta-feira, 20 de julho de 2012

VAMODÁUMAFORCINHA


seTÁPArado, vaMODÁumaForcinha
noMoVImentoinVerteBRADOdaEspinha,
QcadaSucessivAUTOridade
AcresCEMuitosANOSàIdade.

NoSOSneurônioSeEsquecem
eOsOQuêsQosInteressem
imPedemOsLampejosDOAcaso,
tãoCertoOseuSOL-D.A.Do.raso

sePodeSERTÃOmelhor
QosPaposSabIDOSdeCor,
DisPonhaDetEUSpuDores!

AfrouxaOsFreiosdaFronte
ParaQoTeuHorizonte
possaSERoQFores!



sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

desCabido

Meu vinho sem cor
meu Licor
minha água insalubre.

Não rubro,
não subo mais os buracos,
não me atraco às cortinas.

Me tornei um Doutor.
Um eTerno amor
de viúvas vazias.

Só encontro calor
nas paredes pintadas
de angústia.

Sinto um nobre estupor
de me por
uma algema nas asas.

Gasolina na mente
e premente
uma nova saída.

quarta-feira, 9 de março de 2011

enSIbilante

Vou me deixar levar
no ar, distante do meu lar.
Vou me deixar dar vazão
e vazo à vista da evasão.

São vastas suas vestes
para enviesar as pestes
sabidas de seus brios
Em sibilantes secos rios.

Vou acompanhar faisões
feridos em francas ilusões,
manchadas em chuva vã.

Molha os meus sermões
para introjetar razões
nas veias do amanhã.


sábado, 20 de novembro de 2010

UnA diversidad

das inVasões BÁRBAras que SOfremos
das humilhAÇÕES e a inSTRUMEntalização
LIQUIDIficaram a dignidade dos fraTERNOS
impleMENTARAM a selvaGERIZAção

CIVILizações fotemente insTiTuídas
foram cruciFICADAS a morrer.
Na ignorânCIA de SERem: "as esCOLHIDAS"
JUSTificaram o DIreito de os sorVer.

Mas os reTALHOS sEM Costura
deixados por eLes atrÁS da fortUNA
são feitos de Homens, são VoCê!

Nas muDANÇAS à éPOCA futura,
nas AÇÕES REALizadas por USUra
fazem o nosSO MUNDO aCONTEcer.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

MiNiMaMeNte NADA


A VIDA é pra viver
Sábado ou DORmiNgo.

É pra ViVer
em cada jiNgle
é pra rolar
o Nato ou griNgo.

A quem tá mal, Melhoras.
A quem tá bem, Penhoras.

É realmeNte perigoso.
Só que o Não viver
tá MORTO.

O que o faz preNder
o faz querer SER Solto.
Só quero o que quiser,
mesmo que o seu prazer
For ToSCo.

Se Não o for é Muito
e, se o For, é pouco.
Mas aPAReCER, aos poucos,
pode PAReCER, aos OUtros
um taNto OUsado.

Só que aos Mais asTUtos
o MuNdo já terá MuDADo.

As Mesmas peças pARCAs
vão escorrer Nas Marcas
as pARTEs, as pragas
da sua vIDA.

São todos VIvos
tenDeNtes SUIcídas.

Vamos viVer sem dó.
É o que espera a estrÊLA.
E o que POde querê-la?
Se somos SÓ seu pó.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

AMEríncola MACAmBúzio


Mesmo em uma maca,
vou macaquear esse marasmo,
o arremedo mórbido de um orgasmo,
o morrer meticuloso que os achaca.
................
Ao ranger estridente da faca,
vão tecer um texto de quiasmos,
vão condicionados como os asnos
 por temerem o toque da matraca.
..................
Nas relações, só nobres espasmos
da energia que se mostra fraca
é o que resta por desperdiçarmos.
................
Se passarmos por tantas catracas
sem, nessa Bossa, nos saborearmos
não seremos SERes, sacas?

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Mulher de Minutos

Poesia de Monica Montone


Não sou mulher de minutos
Daquelas que os segundos varrem
Para debaixo do tapete sujo

Não pinto os cabelos de fogo
Nem faço tatuagem no umbigo
Me recuso a usar corpetes e cinta-liga

Há sementes em meu ventre
São palavras que ainda não reguei
Prefiro guardá-las em silêncio
Até que o tempo amadureça os meus minutos
E a vida me contemple com seus frutos

Eu não borro os meus cílios na solidão da noite
Nem pinto meu rosto com a palidez das manhãs
Meu corpo é feito de marés
Onde navegam mil anseios
Eles são como veleiros sem direção
Porque eu estou sempre na contra-mão.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Aurora


Se a tristeza consumir seu dia
levante-se para uma nova guia
que fará tudo a seu bel prazer,
assim que ela puder crescer.

Só se lembrará desse novo dia
que lhe matará a melancolia
e fará sempre algo por você.
É sempre assim que vai ser.

Em todas suas decepções
terá muitas outras opções
para conseguir restabelecer.

Batam em conjunto novos corações!
E esta ressonância nos dará trações
para todo dia a Aurora nascer.