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INQUIETO

"Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)
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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

biSonho

um homem metido às soluções
há de enrolar-se em seduções
sensíveis ao seu nutrido sonho.

sua ilusão torna-se confusa
ao ver-se dentro de sua blusa
tão só mais um ser bisonho.

assim, a dor o assola, lancinante,
pois, passa a ignorar, doravante,
o que tornara esse mundo enfadonho.

sábado, 4 de agosto de 2012

rebelde nATO


Minha rebeldia incorrigível
não se põe à mesa, por breaco.
Me faz enlutado como um vil
alarmista, por saber meu fraco.

O argumento de que a vida 
vale a pena só pela corrida, 
nada plena, tece enrascadas
nos buracos. Adotadas as toadas,

 sua lida, derivada de invento,
torna as circunstâncias em tormento
e lhe amarga nas lamúrias do fracasso.

Por operetas pátrias em que me susTento,
nas sílabas que sibilo, o meu intento 
é ATEAR as minhas chamas no Espaço.

*foto de Beto Strumpf

terça-feira, 22 de maio de 2012

CONTRA tudo e todos



diAnte à soLapada e suCUmbida SOciedade
SÓ rESTA o POsto inglóRIO, a inSANIDADE,
pra comBater, nos atos, o HÁbito TIRAno
vincuLado, em pleno erro, ao SER huMano.

HUMANO é SER você em conJUNTO
e não, SOmente, abSORVER o ASSunto
DITAdo, repetidas vezes, no ouvido.
de um ser, de SI, há TEMpos, tolhido.

Por isSo, só lutar é ViVer!
Por isSo, só estar é morrer!
E tudo mais são enGODos.

RESta enLutar-Se e atreVer.
Lhe rESta o chOro ou VOLver
a si CONTRA tudo e todos.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

do chORO à fúRIA


O choque congestiona o fluxo sanguíneo.
A cabeça erguida entra em declínio.
As pernas tremem, não aguentam o peso.
O mundo desaba todo e o deixa preso.

Nos OlhOs, já se observa o desatino.
A face rubra paralisa sem destino.
A boca seca mostra-lo surpreso
e o ombro, de pronto, deixa de ser teso.

Escorre, pela cara, lágrima salgada
com o gosto, amargo, da mulher amada
e desce ríspida à travada glote.

Como um antídoto à honra humilhada,
retorna do estômago feita em cusparada
e o faz erguer em busca do que o esgote.

sábado, 18 de setembro de 2010

DisTiNTurado

Aqui, dentro de mim, está guardado,
comprimido de um modo exaustivo,
os sentimentos de um sonho inacabado
e as dores de um delito omissivo.

A pressão dos olhares renegados
e os caminhos sinuosos adotados
são fuga à verdade e ao que sinto.
Tornam branco o sangue que foi tinto.

Meu corpo não se aguenta manter são
por agir em cada escolha à contramão
das vontades internadas de amargura.

Espero que a premente erupção,
antes que me  arruine em implosão,
destrua esta pálida e soturna armadura.

terça-feira, 13 de julho de 2010

ÍNDIOssynkrasía

O cérebro me escapa ao crânio
num ímpeto extracutâneo,
que a tripa toda extravasa.
Perdem-se todos os totens da casa.

Temido tiro em titânio
trespassa o espaço espontâneo.
Impetra-se o pombo sem asa
em órbita de nave da Nasa.

De súbito, um subterrâneo
intenta trajar-se de urânio
e troça do que lhe atrasa.

Num giro, verte-se vulcâneo
em retrocesso extemporâneo
e irrompe-se da aeropausa.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

AMEríncola MACAmBúzio


Mesmo em uma maca,
vou macaquear esse marasmo,
o arremedo mórbido de um orgasmo,
o morrer meticuloso que os achaca.
................
Ao ranger estridente da faca,
vão tecer um texto de quiasmos,
vão condicionados como os asnos
 por temerem o toque da matraca.
..................
Nas relações, só nobres espasmos
da energia que se mostra fraca
é o que resta por desperdiçarmos.
................
Se passarmos por tantas catracas
sem, nessa Bossa, nos saborearmos
não seremos SERes, sacas?