Páginas

INQUIETO

"Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)
Mostrando postagens com marcador paixao. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador paixao. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

3 dias sem fim

Enquanto eu gostar de você,
enquanto você gostar de mim,
tudo o que sinto é pra sempre
um futuro infinito sem fim.

Enquanto me quiser ver,
enquanto me disser sim,
o tempo vai se estender
e eu lhe ver a dormir.

Enquanto puder lhe abraçar,
enquanto se deitar aqui,
minha cama será seu lar,
meus planos são todos pra si.

Vai, volta para me ter.
Fica, vou ter com você.
Temos três dias para nos amar
e todo o resto para repetir.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

domingo, 11 de maio de 2014

As Mães Nunca São Sinceras


Sem pesar defeitos,
todos eles,
acima disso,
o Amor
por Você.

Belo ou feio,
será Belo,
um ser supremo,
já que feito
pra Vencer.

Ouvido atento
para não dizer
o que, no momento,
possa parecer
tormento.

Um jeito simples
tenta pôr no eixo
o que nem um beijo
conseguiu
fazer.

As suas mentiras
são por ter
na mira
alguém pra
proteger.

sábado, 5 de maio de 2012

bEla iNOmiNADA

Um só olhar teu me fez cair
em precipitação para o devir
de acolher-te, forte, aos braços meus
para tornar-me eterno semideus.

Num corredor opaco por impuro,
 o teu leve caminhar apuro
a por meu senso estremecido
e a mim, inteiro, embevecido.

Mesmo sem nome ou palavra,
afirmo formar farta lavra
dos mais belos fatos, juntos.

Tua explosiva fronte me enfarta
a ponto de te suplicar, em ata,
que o teu olhar permita os meus assuntos.



quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

nAS suas Tranças


Desejo, de pensar no seu pescoço.
Aguardo, impaciente, o seu endosso.
Morena, sua seda a envolver
o carinho que eu tenho por você.

Desejo nos meus braços há um tempo.
Só de lhe ter ao lado não contento,
posto o mundo de delírios vislumbrados
em apego de nos termos abraçados.

Seus trejeitos fortalecem o meu mundo
e o que sinto leviano está no fundo
dos seus olhos, sem me encarar.

Passo quase o tempo todo moribundo
e a sua presença faz parar em um segundo
ao ter, premente, só o seu pesar.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Olhos, Pôr do Sol


O seu peito, ardiloso,   prontifica
a arder em minha boca desejosa.
Como o fogo escaldante da cuíca
esbraseia, na sua perna, minha prosa.

Ao retumbar as nádegas da África,
 o seu ventre treme em polvorosa,
Preenche-se no ímpeto desta pica.
Causa-me delírios. Você goza!

Depois do dia pleno de calor,
esgueira-se, nos prédios, a se por
como guia um navio, o farol.

Em sua face, derramam, com ardor,
os meus anseios cheios de fulgor
jacentez nos seus olhos, Pôr do Sol.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

EnTiTuLado

Tô com a boca cheia pra dizer
tudo o que eu guardei em mim.
Engoli a armadura por gemer
para lhe entregar um querubim.

Afeta a mim o medo de exceder
o que espera do futuro a que vim,
só me importa se quiser retroceder.
Vou sofrer todos os passos de um fim.

Mas todo fim é um modo inicial
de deixar efêmero os faros do final
para que possamos nos tatuar.

Maior do que tivemos em tempo tal
amores pra vivermos sem igual
é a proposta feita pra nos rejuntar.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

MiNiMaMeNte NADA


A VIDA é pra viver
Sábado ou DORmiNgo.

É pra ViVer
em cada jiNgle
é pra rolar
o Nato ou griNgo.

A quem tá mal, Melhoras.
A quem tá bem, Penhoras.

É realmeNte perigoso.
Só que o Não viver
tá MORTO.

O que o faz preNder
o faz querer SER Solto.
Só quero o que quiser,
mesmo que o seu prazer
For ToSCo.

Se Não o for é Muito
e, se o For, é pouco.
Mas aPAReCER, aos poucos,
pode PAReCER, aos OUtros
um taNto OUsado.

Só que aos Mais asTUtos
o MuNdo já terá MuDADo.

As Mesmas peças pARCAs
vão escorrer Nas Marcas
as pARTEs, as pragas
da sua vIDA.

São todos VIvos
tenDeNtes SUIcídas.

Vamos viVer sem dó.
É o que espera a estrÊLA.
E o que POde querê-la?
Se somos SÓ seu pó.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Consigo Contigo Comigo

Poesia vencedora do concurso de Poços de Caldas 2009


 Entreguei meus sentimentos nas palavras,
as que estavam engasgadas na garaganta.
Você sabe muito bem, não tenho travas
e essa é a qualidade que lhe encanta.

O seu jeito espôntaneo me fascina.
Tão novinha e a cabeça lá pra cima.
Vive o dia a dia em rua errante
e flutua com suíngue inebriante.

Não quero mesmo apenas um momento,
que levaria pro infinito um leve vento.
O que quero consigo é mais que brasa!

Só quero mesmo é lhe ter comigo
e em cada chuva desssa vida ser abrigo
pra lhe acolher segura em minha casa.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Queda Ocular

Quando cheguei no solo extasiado,
mirei o teu semblante logo ao lado.
Só de te ver acelerei as sensações
dentro de mim em grandes proporções.

Vou mergulhar de ponta no teu cristalino,
entrar em queda livre no teu desatino.
O brilho dos teus olhos é a minha sina,
parece engolir meu mundo com a retina.

A tua íris é o meu céu encantador
e a tua pupila dilatada oprime a dor
que eu sentiria sem viver estes momentos.

Abrirei meu paraquedas no teu peito
pra me dissolver em ti, ser rarefeito
e poder voar, tranquilo, em teus inVentos.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Paixão Interrompida

Desajustados, batem meus ventrículos
e minha face obedece aos ventríloquos
que ajustam o caminhar da minha boca,
oca, capaz de entoar só essa voz rouca.

Só tem sangue venoso nos meus átrios.
Esvaem-se os vastos adjetivos pátrios
por cederem espaço à paixão sadia
afogada em doses extras de covardia.

Romperam-se as funções das válvulas
e, se puder lhe reciclar, salvo-las,
para poder restar alguma parte minha.

Sua ausência desconjuntou os batimentos
e, por ora, os meus olhos são lamentos
de um coração a morrer de arritmia.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

As Cachoeiras do Santo Gabriel

Poesia e foto de Juliana Biscalquin


"Saúdo a todos, com ares de festa, com vinho de pupunha, com beijú e kiampira e um peixe bem muquiado. Envio meus sinais de fumaça de que retornei e quase intacta. Grata aos que vibraram. Entre piolhos já exterminados, queimaduras negligentemente cuidadas, picadas de origem anfibológica, vômitos e diarréias (sobre os quais seria dificil poetizar) sobrou ainda mais disposição para descobrir mundos novos, dentro e fora de mim. Katehe naka. Katehe xita. Estou de volta! Com os mesmos 20 e poucos anos e a bagagem um pouco mais pesada. "


São mais de cinco os mercenários, donos da cidadela
E mais de três os bêbados cristãos ordenados
Mais de nove os políticos endinheirados
São quarenta mil cento e trinta e sete¹ os explorados

São vinte e três as etnias
Imensuráveis as riquezas linguísticas
Que nas bocas opacas e oprimidas
Se convertem em palavras mínguas


O caos urbano
de um desregrado crescimento
Faz a ‘Bela’² continuar dormindo
De tanto acanhamento

Fome, dor, suicídio
Perspectiva, subjulgamento, omissão
51 é pra dar sentido
Ao que esfarinhou o coração

(O)Brigada Infantaria de Selva
Que à fronteira traz proteção
Pelo suor, pelo trabalho,
Colômbia!
Pelas promessas e prostituição

A mais indígena das cidades brasileiras
Tem Maria, tem Joana e Edivanson
São tukanos, barés, banivas-
-“Me chamo Cacique Henrique de Almeida³”

O xibé e o tabaco
Adiam o ronco do estômago, dolorido
Indigesta realidade manauara
Na minha barriga de branca bem alimentada

Observações:

¹ IBGE 2007

²"Bela Adormecida" - De São Gabriel da Cachoeira, avista-se a Serra de Curicuriari. Foi apelidada com o nome da fábula infantil por suas formas parecerem a de uma mulher deitada e dormindo.

³ Nomes reais, assim como os personagens do primeiro verso.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

BRANCA



Amanheci apaixonado em ti
e se tinha receio por ti, o parti!
Vou declarar-te os anseios
pra me encontrar nos teus seios.

Estou viciado em tua chatice
e as palavras que nunca te disse,
vou despejá-las numa só frase:
Vou te comer em catarse!

Vou devorar teus assuntos
para criar em conjunto

o Universo na cama.

Nossas estrelas serão o teto,
nossa foda será o concreto
e essa vida será nossa trama.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

FODA!



O seu pisar
é ímpar.
Seus calcanhares,
pazes.
As suas pernas,
ternas.
A sua coxa,
poxa!
A sua anca
espanca.
A sua bunda
abunda.
As suas costas,
postas.
Os seus seios
cheios.
O seu pescoço
eu coço.
A sua boca,
almoço.
Os seus cabelos:
lê-los.
O seu carinho,
ninho.
O seu sorriso,
piso.
Os seus olhares,
lares
e você toda
é FODA!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Aurora


Se a tristeza consumir seu dia
levante-se para uma nova guia
que fará tudo a seu bel prazer,
assim que ela puder crescer.

Só se lembrará desse novo dia
que lhe matará a melancolia
e fará sempre algo por você.
É sempre assim que vai ser.

Em todas suas decepções
terá muitas outras opções
para conseguir restabelecer.

Batam em conjunto novos corações!
E esta ressonância nos dará trações
para todo dia a Aurora nascer.

Pedido de adoção



Para esse pedido de adoção
encho o meu ar de comoção
para aceitar um filho pródigo
que tenta desvendar seu código.

Conheço-lhe tão pouco,
mas sinto-me tão seu.
Prometo só lhe deixar aos prantos
e retornar para entoar seus cantos.

Quero me banhar na sua luz.
Sua geografia é que me conduz
com atitude de ripa-na-chulipa.

Quero me esbaldar nas suas praias
e converter suas guapas de saias,
pois, sou filho de Floriano com Floripa.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Completo Desconhecido


Por um tempo,
pouco tempo,
você vem indiferente,
com ares de distância e
com olhares de desejo arrogante
de quem nada alcança.


Com a frieza de um homem pedante
que vive na ilusão, de quarto em quarto buscando
a satisfação inquietante, vazia... iludido,

de nada...

Talvez de olhares falsos insinuantes diante...
De cada mundo escondido
por trás de cada rosto banido
Por camadas de vidro,
que te mostram um caminho,
talvez escolhido, talvez encoberto.


Pelo medo do próximo passo
sozinho.
Um completo desconhecido...
Jogado do sonho
sofrido.

Pela tristeza do agora não vivido
e do amanhã já passado
remoto...

Mais uma vez iludido, engolido pelo ego,
envelhecido de possibilidades passadas,
ultrapassadas, ultrajadas...
Ferido.


De novo e ainda o desconhecido.
Continua na luz baixa do quarto,também,
esquecido.

Alguém que clama pelo próximo
pedido, embaçado, indeciso,
sozinho...

Com a imensidão aos pés,
mas com o domínio impedido...
Trancado...


Encravado nos próprios sentidos
não sentidos.
Armado de tempo passado parado,
agora fechado.
Lacrado.

Impenetrável.
Inexistente.
Insaciável.
Apagado.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

A beleza está


Algumas vezes, a beleza está
na miopia dos nossos olhos,
no grau alcólico do sangue,
ou na satisfação com a vida.

E, muitas vezes, a feiura está
no senso crítico aguçado,
na tristeza de um endiabrado,
e no ardor obrigatório da lida.

O Belo e o Feio estão na percepção
e,não, em sua concretude física.
Prova disso é o amor e a paixão!

Os sentimentos nascem com a música
e trazem alento ao feio que a compaixão
o transformará em belo numa mente lúdica.



*a doçura do ácido perpassa a materialidade do olfato