Páginas

INQUIETO

"Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)
Mostrando postagens com marcador sanha. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador sanha. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 15 de julho de 2015

sentido

Eu passo ao fundo
em lhe fazer segura
e lhe pertenço

Em um segundo,
tem o absoluto
e me convence

Pois nesse mundo,
tem-se de tudo
e nada tem sentido

O meu estilo
é não ter estilo
e crença

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Engenho


Por onde anda o tempo
em que me perdi?
O tempo passado,
sem estar aqui.

Por onde anda o tempo
dos meus anos?
O tempo vivido
sem encanto.

Por onde anda o tempo
do sonho roubado?
O tempo acabado
em sono profundo.

Por onde anda o tempo?
Por onde anda a vida?
Por onde ando eu,
perdido, sem rumo.

Por onde anda o tempo
das ondas viradas?
O tempo das pedras,
dos passos pisados.

Por onde anda o tempo
que me enrugou?
O tempo que leva
o que me sobrou.

Por onde anda o tempo
dos ventos soprados?
O tempo esquecido,
nunca mais lembrado.

Por onde anda o tempo?
Por onde anda a vida.
Pra onde √ai querida,
me leve daqui!

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

não ao não


Nenhuma norma anula a Natureza,
enervada em nômades humanos.
O nato entona em defesa
os nomes destinados dos seus manos.

Anunciad'o ânimo e nobreza,
nutre-se o ensino dos enganos,
nega-se o alcance da certeza,
arruinando o plano dos decanos.

A uma única tônica os condena.
Destina o seu sangue à gangrena.
Emana as notas do final.

Reclama os danos d'uma pena
e trama pra tornar eterna
a sua sina em ser vegetal.



quinta-feira, 12 de julho de 2012

Maria Lauda,



se lhe interessarem as minhas letras,
as minhas letras de câmbio,
lhe recomendo dispor
de seus serviços
e me saciar.

Se lhe interessarem os meus termos,
os meus termos contratuais,
sugiro ceder
seus artigos
íntimos.

Se lhe interessarem os meus valores,
os meus valores bancários,
tem de me verter,
de vazio,
em vergalho!

Mas se lhe interessa o que penso,
eu não lhe dispenso
e lhe peço,
aí sim,
mais um passo.

domingo, 17 de junho de 2012

florista do abSURDO



Em uma moto, carente de cuiD.A.Do.s,
esfolam calos, por anos, propagados.
Esgueira o corpo em um rude corredor
e'squece o'fício em fúria e dor.

Se para, se prepara, já que os fardos
transtornam os temor' estricnados.
Sujo sangue sug'a sina do calor,
assim, ass'o senso do seu dissabor.

Mal sab'os sonho' a si assenhorados
em sua sanh' assídua nos pecados.
Agora, eis que, só uma solitária FLOR

cabe à si dar os fins fantasiados.
Foi o seu amor, afim de seus agrados,
quem fez esmaecer os tons de toda DOR.

terça-feira, 22 de maio de 2012

CONTRA tudo e todos



diAnte à soLapada e suCUmbida SOciedade
SÓ rESTA o POsto inglóRIO, a inSANIDADE,
pra comBater, nos atos, o HÁbito TIRAno
vincuLado, em pleno erro, ao SER huMano.

HUMANO é SER você em conJUNTO
e não, SOmente, abSORVER o ASSunto
DITAdo, repetidas vezes, no ouvido.
de um ser, de SI, há TEMpos, tolhido.

Por isSo, só lutar é ViVer!
Por isSo, só estar é morrer!
E tudo mais são enGODos.

RESta enLutar-Se e atreVer.
Lhe rESta o chOro ou VOLver
a si CONTRA tudo e todos.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

nAS suas Tranças


Desejo, de pensar no seu pescoço.
Aguardo, impaciente, o seu endosso.
Morena, sua seda a envolver
o carinho que eu tenho por você.

Desejo nos meus braços há um tempo.
Só de lhe ter ao lado não contento,
posto o mundo de delírios vislumbrados
em apego de nos termos abraçados.

Seus trejeitos fortalecem o meu mundo
e o que sinto leviano está no fundo
dos seus olhos, sem me encarar.

Passo quase o tempo todo moribundo
e a sua presença faz parar em um segundo
ao ter, premente, só o seu pesar.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

De Peito aberto


Em cada tombo levado,
vestido em biombo vazado,
sustenta-se um tonto atoa
e a trama da tela o destoa.

Nos tantos amados se atola
por ter nas botinas Cartola.
As tolices tragadas aos tantos
te trazem ao tardar os meus prantos

tolhidos nas tortas gargantas
de todos os tolos e antas
que troçam dos ternos tremores.

Tentar me torcer não adianta
que o canto temido agiganta
e tapa os meus trapos de amores.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Haver avulso

Às vezes vamos ver vitória
na vista vã da glória.
Mas vazam em via ao frenesi
as vinhas da carcinogênese.

Viés turvo de se enviuvar
no vasto vão a se envalvular
prum prover ovulatório à vida
virada às vestes de envaidecida.

Há de haver rastro de verdade
em vil verme da vontade
de vir viver avulso.

Há de haver viabilidade
ante o vento que invade
a verve só versada ao pulso.


*meus versos surgem à madrugada em viajante empreitada de deixar vagar a vida




terça-feira, 13 de julho de 2010

ÍNDIOssynkrasía

O cérebro me escapa ao crânio
num ímpeto extracutâneo,
que a tripa toda extravasa.
Perdem-se todos os totens da casa.

Temido tiro em titânio
trespassa o espaço espontâneo.
Impetra-se o pombo sem asa
em órbita de nave da Nasa.

De súbito, um subterrâneo
intenta trajar-se de urânio
e troça do que lhe atrasa.

Num giro, verte-se vulcâneo
em retrocesso extemporâneo
e irrompe-se da aeropausa.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

BRANCA



Amanheci apaixonado em ti
e se tinha receio por ti, o parti!
Vou declarar-te os anseios
pra me encontrar nos teus seios.

Estou viciado em tua chatice
e as palavras que nunca te disse,
vou despejá-las numa só frase:
Vou te comer em catarse!

Vou devorar teus assuntos
para criar em conjunto

o Universo na cama.

Nossas estrelas serão o teto,
nossa foda será o concreto
e essa vida será nossa trama.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Tacanha


Esse teu olhar dissimulado
de desprezo por mim, alijado,
dói forte nas minhas entranhas
por não saber o que ganhas.
Me incomoda forte tua sanha
por ser tu mulher tacanha
a estimular o peso do fardo
por mim, arduamente, carregado.
Vão passar tuas artimanhas.
Vão passar dores tamanhas
que me tornarão liqüidado.
Vão passar as tuas sanhas.
Vão passar as minhas manhas.
E só ficarão no passado.