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INQUIETO

"Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)
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domingo, 10 de abril de 2022

aDoraDor

Meu médico
já não receita poesias no escuro
Deixa-me tomar litros
do obscuro
sem dizer onde excretá-lo
No parque onde fazia exorcismos
a grama crescia, virava arbustos
Onde me prendia 
 aos prantos dos moluscos
Os arredores dos meu bichos
tem mais dentes cravejados
que oblíquos
Estacionado seu calço,
nos alpistes.
Os ossos descalcificados das turbinas
impulsionam já, desafetados,
nosso clima
Atravessam em nossos ralos caldos,
de bubuia,
as mensagens atiradas na labuta
Tem dias que se baixa o sol
pelas beiradas
sem dizer às suas folhas
por quais estradas
vão cair ou revirar
a sua alma

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

AMIGO

Sei bem que as amizades se dissolvem, na mesma intensidade em que se firmam. Somos sujeitos distintos, porquanto o tempo nos defina. 

Nosso caminho tem atoleiros, como tem  mata-burros, estende tapete e cria absurdos. Estes degraus estabelecem o impulso ao nosso interesse. 

Sinto ter pisado em falso muitas vezes. Foi a gana de escalar que me fez cair. Querendo mostrar o que não possuía, te fiz rir, de mim.

 Em tempo, ao me pensar além da razão, dei vazão ao que não se quer impedir. O que lhe pedi, faria por ti e, por mim, gostaria de ouvir.

Sei que traço caminhos cruzados, sem sentido ou enviesados. No fim, de tudo o que aprendi contigo, restam abraços de um caldo divertido. 

Posso dar muito mais ao mundo do que me considero, inadvertidamente, capaz.  A idade, a mudança, a alteridade, Aleluia! Sobrepassam o senso irrazoado que nos domina tempo e hora.

Rogo que perdoe meus arroubos, deixe de lado meus instintos. De todo modo, a cada cálculo que fizer, estará somado o balanço do barco ao chocalho da rede. 

Em cada atitude esperada, posso deixar um desejo, dar passo errado e me desculpar.

Pouco sei do caminho traçado, mas fazemos curvas, olhamos pros lados, desenhamos o mundo. Estamos (f)errados! 

Nosso desenho é rabisco, mas o esboço traz previsão. Guardo sempre ao lado, o balanço, o aprendizado, pra ser menos criança e ter no calço, a sua razão.

Mar, sol, calma e emoção!

quarta-feira, 17 de março de 2021

Sociedade Ilimitada

 Não quero um sistema 

que me liberte

Mas um mecanismo 

que me permita

Não quero um desejo 

que me devore

Mas um sonho

que se realize

Não quero um sol

que se ponha

Mas uma lua 

que não adormeça

Não quero voar

sem asas

Mas pisar forte

com pés descalços

Eu quero poder pensar

e dizer

o que me contradiz,

em bom som,

com boa dicção:

- Você é quem me faz feliz!

Esse é meu refrão

sem tom,

sem harmonia,

Que diante à sua presença

não tenho limites,

não se devora,

e não se põe

o alvorecer da aurora