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INQUIETO

"Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)
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segunda-feira, 4 de abril de 2016

Na bossa dos seus beiços

Na borda de um desfiladeiro
eu me seguro, eu me esgueiro.
Entranho nas raízes do seu medo
quando deito os sonhos ao seio.

Eu sei que já faz mais de mês e meio
que não procuro a sombra em seu cabelo,
mas tomo para mim sua água fresca
contando que se porte e se ofereça.

Orbita um mundo todo em sua boca
com gravidade forte, cê me provoca
à um mergulho em seu universo.

Só tenho apego mesmo ao seu pescoço
e giro em torno aos sons que oiço,
pois que em um doce beijo eu me desfaço.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

desLancha

Moça, passa tua prancha
Surfa Moça!
Deslancha.
Não deixa atoa a tua toada.
Apaixona!

Moça, desliza nessa onda
Flutua moça!
Flana
Não perde teu tempo.
Acontece!

Moça, pisa no meu solo
Caminha moça!
Trilha
Não queima o pé
Pertence!

Moça, entra em minha casa
Deita moça!
Cede
Não nega teu prazer
Vive

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Como Pedra


Deitado sobre a pedra,
abraçado a ela,
incorporado.

Manchado como ela.
Uma mancha nela,
um pedaço.

Duro como a pedra,
esparramado nela,
amolecido.

Parado como a pedra,
compassivo com ela,
emparedado.

Redondo como a pedra,
talhado por ela,
amealhado.

BRAVO

Desce a água de um Rio fugidio
de encontro ao Mar
Cantam Aves seus piares e arrepio
sem saber cantar
Correm, entre as Folhas, Alevinos
Pairam Pedras sobre o leito
Troncos finos às espreitar
Carangueijos nutrem a terra pequeninos
sob a sombra da folhagem seca
Tecem teias, as Aranhas, por famintas
e os Insetos têm de escapar
Entre as ondas, surfam Peixes graudinhos
sem prancha para os levar
As Gaivotas sobrevoam um Cardume
vez em quando furam o Mar
O Pato d'água nada e afunda
para alimentar
Observam, os Urubus, em alto vôo
ventam-se atoa
Lá ao fundo, há um burburinho
que se move na harmonia de Golfinho
Atrás das Sardinhas
tantas são, tadinhas
Lá na Ilha, outra vida nos espera
mas a Selva assevera:
Deixe o Homem pra lá!

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Testigo


Juro dizer
nada mais que a verdade
a que sempre me rege,
somente a verdade,
amem!

Prometo, por honra,
ser feita a nossa vontade
nas funções a mim confiadas
na terra ou no céu
também!

Garanto agora
e na hora de nossa morte
agir com probidade,
assim, entre as mulheres,
mamem!

Comprometo-me a perdoar
a quem tenha ofendido,
para a convivência humana,
buscando a paz,
além!

Prometo, por fim,
defender a Liberdade.
Eia, pois, advogada nossa,
já que a ti me confio,
amém!

quarta-feira, 17 de abril de 2013

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

biSonho

um homem metido às soluções
há de enrolar-se em seduções
sensíveis ao seu nutrido sonho.

sua ilusão torna-se confusa
ao ver-se dentro de sua blusa
tão só mais um ser bisonho.

assim, a dor o assola, lancinante,
pois, passa a ignorar, doravante,
o que tornara esse mundo enfadonho.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Ilusões Artificiosas


O céu não muda, como os fatos,
são as nuvens que lhe cegam,
elas se movem como os astros,
o céu é, diversamente, o mesmo.

Pela chuva, anseia o seu olfato,
mas as nuvens ali foram postas
para dissimularem um dilúvio
e lhe enviarem os ares da demora.

Fantasias desfalecem suas folhas
não há flores, ramos, não há frutos.
Só há a antiga amiga espera...
em seus soltos olhos, anuviada.

Se há desrespeito em minha fala
ofende-nos mais é quem se cala.
Ante a cada doce que se consome,
amarga-se, um tanto mais, a fome.

A vida é curta.
A morte é certa.
Pois seja em luta
franca e aberta.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

ARU barÉ


arraste em seus raivosos rios
os desarranjos dos meus desafios
e o rumo que tomar seu ramo
carregará o cancro do meu crânio.

areje os rastros do que irradio.
rarefaça a força do meu frio.
extraia os traços tortos do engano
em extrato torpe atado por tirano.

odorize as dores e os delírios
não darão direito aos desavisos
destinados a torcerem o trato.

atine-me para que os meus brios
trajem-se de seu aroma e guie-los
a sorverem o seu cenário, estupefato.

*foto de Artur Cesar

sábado, 4 de agosto de 2012

rebelde nATO


Minha rebeldia incorrigível
não se põe à mesa, por breaco.
Me faz enlutado como um vil
alarmista, por saber meu fraco.

O argumento de que a vida 
vale a pena só pela corrida, 
nada plena, tece enrascadas
nos buracos. Adotadas as toadas,

 sua lida, derivada de invento,
torna as circunstâncias em tormento
e lhe amarga nas lamúrias do fracasso.

Por operetas pátrias em que me susTento,
nas sílabas que sibilo, o meu intento 
é ATEAR as minhas chamas no Espaço.

*foto de Beto Strumpf

quarta-feira, 9 de março de 2011

enSIbilante

Vou me deixar levar
no ar, distante do meu lar.
Vou me deixar dar vazão
e vazo à vista da evasão.

São vastas suas vestes
para enviesar as pestes
sabidas de seus brios
Em sibilantes secos rios.

Vou acompanhar faisões
feridos em francas ilusões,
manchadas em chuva vã.

Molha os meus sermões
para introjetar razões
nas veias do amanhã.


sábado, 4 de setembro de 2010

bestia cupidissima*

twanight.org

O temPO é escasSO e o espaço, amplo.
O prAzo é lAço e enganCha o pampo**.
o bERRO é surdo sem algum alcance
para que o ouvido mudo do UniVerso dance.

GalanTeia a nebulosa em destTino infante,
ela traz, ao eterNO, um singuLar instante.
Cada transição TRAÇAda para que avance
é passo D.A.Do. em falso à fortuito lance.

aFerir ferIdas de um pleno plAno
levará o homem ao estado insano:
a narcose de saber um objeto nulo.

Na movimentação esTática, no engano,
toda TeoRia traz, na cura, um dano
enTOAdo na gargAnta que, porTanto, engulo.


* bestia cupidissima rerum novarum  - animal ansiosíssimo por coisas novas.
**Pampo - rebento tardio de cana de açucar: pampos de cana caiana (Dicionário UNESP do Português contemporâneo)


- Princípio poético da Teoria da Nulidade Teórica Ampla.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

MiNiMaMeNte NADA


A VIDA é pra viver
Sábado ou DORmiNgo.

É pra ViVer
em cada jiNgle
é pra rolar
o Nato ou griNgo.

A quem tá mal, Melhoras.
A quem tá bem, Penhoras.

É realmeNte perigoso.
Só que o Não viver
tá MORTO.

O que o faz preNder
o faz querer SER Solto.
Só quero o que quiser,
mesmo que o seu prazer
For ToSCo.

Se Não o for é Muito
e, se o For, é pouco.
Mas aPAReCER, aos poucos,
pode PAReCER, aos OUtros
um taNto OUsado.

Só que aos Mais asTUtos
o MuNdo já terá MuDADo.

As Mesmas peças pARCAs
vão escorrer Nas Marcas
as pARTEs, as pragas
da sua vIDA.

São todos VIvos
tenDeNtes SUIcídas.

Vamos viVer sem dó.
É o que espera a estrÊLA.
E o que POde querê-la?
Se somos SÓ seu pó.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Rumo ao infinito

Quero os teus braços e abraços.
Quero a tua mão e o coração.
Quero as tuas pernas, ternas.
Quero a tua sensação, então,
...
vamos construir a nossa vida
juntos. E nunca mais será igual.
Vens viver a vontade esquecida.
Vamos fazer o bem pro mal.
...
Endireita o meu ímpeto missionário
e acharei, em ti, meu dicionário
pras cartas que te escreverei, paixão.
...
Vamos devagar pelo início.
Me faze esquecer meu vício.
Tu serás meu universo, imensidão...

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

BRANCA



Amanheci apaixonado em ti
e se tinha receio por ti, o parti!
Vou declarar-te os anseios
pra me encontrar nos teus seios.

Estou viciado em tua chatice
e as palavras que nunca te disse,
vou despejá-las numa só frase:
Vou te comer em catarse!

Vou devorar teus assuntos
para criar em conjunto

o Universo na cama.

Nossas estrelas serão o teto,
nossa foda será o concreto
e essa vida será nossa trama.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Fortaleza


Em um encontro inesperado no busão
foi que aconteceu, talvez, a solução.
Pena estar, em sua Fortaleza, ancorada
e eu, perdido, numa vida abandonada.

A sonegação feita no seu beijo
é, mesmo, a resposta que almejo
de uma mulher instigante no acento
que faz de minhas palavras, vento.

Só não faça desgastar meu repertório
e mê de algo mais que terno e irrisório,
pois, quero lhe ter, seja quando for.

Posso amargar a sua ausência
se estiver certo da anuência
em poder ver, sempre, a sua cor.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Poeira estrelar



Você pensa como se todos girassem ao seu redor. Pensa ser o sol que esconde a obscuridade de seus seguidores. Você regula o movimento de rotação de suas amizades. Limita as intransigências peculiares de seus amigos-satélites. Saiba, que, apesar de minha ignorância inerente ao meu estado humano, me localizo perante o Universo. Definitivamente, você não é meu Norte.
Pode se aproveitar de minha inconstante benevolência. Contudo, ressalto meus interesses e a necessidade de
conhecer o ambiente, inclusive dos astros-vaidoSoS.
Esse seu egocentrismo é, certamente, seu maior erro. quando toda sua áurea incandescente se esvair, sua beleza
arregar, achará o que lhe cabe nesse latifúndio. O efeito narcotizante de sua vaidade não dura mais que as necessidades críticas de seus servos. Sofrerá ao se ver esparsa na imensidão e tiver a obrigação de girar em torno de um ente maior que lhe assegurará a permanência em outro sistema solar.
E o sofrimento lhe será mais útil que todo o charlatanismo auto-propagador assumido por você.