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INQUIETO

"Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)
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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Liberatura

Nem a noite
e nem o sonho
te fizeram dormir

Nem o medo
e nem o drama
te fizeram sumir

Nem o riso
e nem o choro
te fizeram mentir

Não foi um grito
nem um sussuro
que te fizeram ouvir

Não foi o jeito
nem foi o modo
com que mostraram pra ti

Nem mesmo o texto
nem mesmo a letra
fizeram, a ti, redigir

Não tem carinho
não tem carícia
que te mate o prazer

Nem mesmo o cheiro
nem mesmo o som
fazem teu corpo tremer

Não tem destino
não tem desejo
que lhe ponha um câncer

Tem só segredo
tem saudades
do que te fazes ferver

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Mais Que Quando

Já que vamos ser amigos,
mais que amigos,
encha minha casa,
sirva minha taça,
beija-me no rosto.

Já que vamos ser amigos,
muito mais que amigos,
diga o que quiser,
o que lhe der prazer
num e n'outro ponto.

Já que amigos,
mais que amigos,
dê-me um abraço apertado
converse comigo
escute meu choro.

Já que vamos ser,
qu'eu lhe sinta em você,
que sejamos
mais que o quê
e quando.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Engenho


Por onde anda o tempo
em que me perdi?
O tempo passado,
sem estar aqui.

Por onde anda o tempo
dos meus anos?
O tempo vivido
sem encanto.

Por onde anda o tempo
do sonho roubado?
O tempo acabado
em sono profundo.

Por onde anda o tempo?
Por onde anda a vida?
Por onde ando eu,
perdido, sem rumo.

Por onde anda o tempo
das ondas viradas?
O tempo das pedras,
dos passos pisados.

Por onde anda o tempo
que me enrugou?
O tempo que leva
o que me sobrou.

Por onde anda o tempo
dos ventos soprados?
O tempo esquecido,
nunca mais lembrado.

Por onde anda o tempo?
Por onde anda a vida.
Pra onde √ai querida,
me leve daqui!

Refúgio


Fujo da opressão, dos prédios, por sacrilégio, das ruas cheias, das pessoas rasas.

Fujo de mim mesmo, do que fui, do que pretendia ser. Das obrigações mundanas, do tédio. Do aluguel do corpo, das contas a prestar.

Fujo das remessas rotineiras de afeto sem traquejo, sem beijo.

Fujo do passado, malogrado. Das histórias infindadas, dos abraços sem pegada.

Fujo das conversas com caminho traçado, com resultado.

Fujo de filosofias saturadas, de cartas marcadas, onde não se pode inovar.

Fujo de um mundo sem pecado, desvairado, onde só se pode acertar. Dos comportamentos marcados, ritmados, rotulados pra pagar.

Fujo de um povo apavorado, que tem tudo, mas insiste em negar.

Fujo para a praia do rescaldo, do meu lado, onde Ser é estar.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

És Tudo


Tem mais cuidado consigo
por apostar no destino,
pois sobrevive ao perigo
tão grande, por ser pequenino.

Controla o passo e o caminho, 
contorna o andor e, cedinho,
levanta o ânimo e seu tino
alarga o que, ainda, for fino.

Não rói mais sua unha,
convence a pedra a virar pluma.
Denomina o seu dono!

Corre por seu propósito
e por estar tão disposto
faz na vida o que faz no sono.

domingo, 11 de maio de 2014

As Mães Nunca São Sinceras


Sem pesar defeitos,
todos eles,
acima disso,
o Amor
por Você.

Belo ou feio,
será Belo,
um ser supremo,
já que feito
pra Vencer.

Ouvido atento
para não dizer
o que, no momento,
possa parecer
tormento.

Um jeito simples
tenta pôr no eixo
o que nem um beijo
conseguiu
fazer.

As suas mentiras
são por ter
na mira
alguém pra
proteger.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

além

a semente vinga,
devora-se.
Desenvolve
o caule.

Desentranha-se
e envolve-se
na terra.
Desponta.

Soma-se
à conta.
Assombra.

Enfim, emana
antimalthusiana
seu sémen, além.

domingo, 17 de junho de 2012

florista do abSURDO



Em uma moto, carente de cuiD.A.Do.s,
esfolam calos, por anos, propagados.
Esgueira o corpo em um rude corredor
e'squece o'fício em fúria e dor.

Se para, se prepara, já que os fardos
transtornam os temor' estricnados.
Sujo sangue sug'a sina do calor,
assim, ass'o senso do seu dissabor.

Mal sab'os sonho' a si assenhorados
em sua sanh' assídua nos pecados.
Agora, eis que, só uma solitária FLOR

cabe à si dar os fins fantasiados.
Foi o seu amor, afim de seus agrados,
quem fez esmaecer os tons de toda DOR.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

enViVecer


Desiludido por satisfeito
penso não ser sujeito
ao trânsito trivial da vida,
a esperar os passos pra saída.

O tempo espera-nos no leito
para tomarmos proveito
e libertar-nos da enraivecida
ocasião a borrifar-nos pesticida.

EntreLaçamo-nos à comprometida
privacidade, já persuadida
por sermos sós, em conjunto.

Mas se provarmos alternativa
nossa carcaça, por estar viva,
fará, do tempo, o defunto.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

viVIdas doREs

Como é doce lembrar das minhas dores
as que não doem tanto na lembrança
de ter vivido, intenso, os meus amores
e terminado cada amor sem esperança.

Ai, como é bom lembrar por ter passado
e não viver mais nada do vivido
até suspiram sopros, superado
dos beijos e abraços suprimido.

A cada passo dado, mais distância
dos nós em nós mal dados de infância
e, agora, ter meus sonhos sem lambança.

As dores que virão terão em breve
um farto entroncamento em greve
com a memória grave que descansa.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Ela amar a mim



Tenho que amá-la
e ela amar a mim
quando propuser a ela
e ela disSER sim.
pOSSO esperar um tempo
pra me aprazer por dentro
de ter a tinta em tela
PINTAda por aquela
ELA que amar a mim.
Se me amar asSIM
que seja ensejo ao fim
pois vou ser EU se for
um Homem do Amor
que faz de toDA DOr
um MEL sabor que for
para fazer das bOCAS
despejos em mil GOTas
do amor dELA
e a ela
o amor de mI´M
Pra eu amar a ela
e ela amar a mim
tanto amor SENtido
enFIM.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

singuLAR sOciedade

Nos trEchos tortuoSoS da VIEla,
ao encArar a vIda como é ela,
batem cOrações pela harmonia
de ESTarmos juntOS SOb sincronia.

Se a tua pele negra imPele paz,
uns brancos bERRAM sermos desIguais
por crerem tERMOS muitas diFEREnças
em um engAno tOrTo de aparênCIAs.

Somos irMÃOS TALhados em País
tolhIdo para o enTorno de paRis
enFartar-se em inSana vaIdade.

Se resPiramos o Mesmo ar pelo nariz
e o mEsmo baTIMEnto o faz FELiz,
vAMOs viVer em singulAr sOciedade.

sábado, 20 de novembro de 2010

UnA diversidad

das inVasões BÁRBAras que SOfremos
das humilhAÇÕES e a inSTRUMEntalização
LIQUIDIficaram a dignidade dos fraTERNOS
impleMENTARAM a selvaGERIZAção

CIVILizações fotemente insTiTuídas
foram cruciFICADAS a morrer.
Na ignorânCIA de SERem: "as esCOLHIDAS"
JUSTificaram o DIreito de os sorVer.

Mas os reTALHOS sEM Costura
deixados por eLes atrÁS da fortUNA
são feitos de Homens, são VoCê!

Nas muDANÇAS à éPOCA futura,
nas AÇÕES REALizadas por USUra
fazem o nosSO MUNDO aCONTEcer.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

MiNiMaMeNte NADA


A VIDA é pra viver
Sábado ou DORmiNgo.

É pra ViVer
em cada jiNgle
é pra rolar
o Nato ou griNgo.

A quem tá mal, Melhoras.
A quem tá bem, Penhoras.

É realmeNte perigoso.
Só que o Não viver
tá MORTO.

O que o faz preNder
o faz querer SER Solto.
Só quero o que quiser,
mesmo que o seu prazer
For ToSCo.

Se Não o for é Muito
e, se o For, é pouco.
Mas aPAReCER, aos poucos,
pode PAReCER, aos OUtros
um taNto OUsado.

Só que aos Mais asTUtos
o MuNdo já terá MuDADo.

As Mesmas peças pARCAs
vão escorrer Nas Marcas
as pARTEs, as pragas
da sua vIDA.

São todos VIvos
tenDeNtes SUIcídas.

Vamos viVer sem dó.
É o que espera a estrÊLA.
E o que POde querê-la?
Se somos SÓ seu pó.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

VICiosa


Em meu trajeto sórdido
surgiu em tempo sóbrio
seu ar de espaço estudantil
fui a mil

O desenho histórico destes prédios
abre a ponte dos remédios
pra me consolar

Não passo um tempo são aqui
por isso acho que me confundi
e acabo por ficar aqui
sem fim.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Nem me viu


Quem te viu, quem te vê
Bem-te-vi
A tua vida vadia
evadiu.
Se envolveu nos vacilos
da vida.
Visando averbar a revira-
volta.
Se teus sonhos sadios
dormiram,
se enfadou nos caminhos
fodidos
e faliu sua chance
de mudar sua
história.
Se roeu nas raízes
dos males
e morreu sem
brincares
nessa vida
arredia.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

FODA!



O seu pisar
é ímpar.
Seus calcanhares,
pazes.
As suas pernas,
ternas.
A sua coxa,
poxa!
A sua anca
espanca.
A sua bunda
abunda.
As suas costas,
postas.
Os seus seios
cheios.
O seu pescoço
eu coço.
A sua boca,
almoço.
Os seus cabelos:
lê-los.
O seu carinho,
ninho.
O seu sorriso,
piso.
Os seus olhares,
lares
e você toda
é FODA!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Sinapses Relapsas


Ao permanecer o provisório.
Improviso ao irrisório.
Minhas sinapses relapsas.
São lapsos de aspas.

Assobio o sabe-se lá.
Sabido ressabiado.
Subo sobre a sílaba,
embebido no esnobado

Excluído da centrífuga,
movimento do momento,
na favela o Rap é fuga
pra causar constrangimento.

Não há cimento,
apenas intento no acento.
Quando perdem crescem mais.
Assintótico aos demais.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Eles não vão à Daslú

A sociedade foi feita por ricos.
E pros ricos ela foi desenhada.
Se um pobre não tiver muito afinco,
Vai viver pra sempre na merda.

Se quiséssemos distribuição igualitária,
Estabeleceríamos um teto de riqueza.
Mas quem for, na pobreza, um pária,
Terá milhões de reais em tristeza.

Ilhas, mansões, carrões, Daslú.
Fome, miséria e calor no talo.
Os pobres morrem como patos, incautos
Amarrados na escravidão dos contratos.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Helô do Elo


Olha Helô do elo:
do outro lado do duelo
devo que me devore
Sim!
Escreva uma árvore!

Dá pra vê-la depravada
mesmo ao estar desesperada.
Sem empecilho no gatilho.
Sim!
Plante um filho!

Serve o acervo de cevada.
És diva evadida enviesada.
Ao ser sincera, sou missivo.
Sim!
Tenha um livro!

Se a ti não verso,
ninguém versa.
Não fico apenas imerso
num belo par de conversa
.