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INQUIETO

"Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)

terça-feira, 17 de julho de 2007

Sucinto

Sinta só Cynthia Sutil:
"Não insista para que persista"
Esse assunto que surtiu
é um acinte ao que sinto
Sinto ser sucinto,
é efeito do absinto

quarta-feira, 11 de julho de 2007

À Cynthia em centímetros

Sente Cynthia Cintilante.
Consente ao soneto um instante.
Está tudo no estatuto:
só és Sutíl se eu for astuto

Sentia satisfação incessante.
Incidia esse dia estonteante.
Só me assusta um assunto:
Apetece eu estar puto?

Apaixona-te por mim.
Se engana se atuas.
dize-me tu um breve sim.

É assim que te situas:
Sinto só a ti em mim
Diz: sou só, Sim, Tua!

quinta-feira, 5 de julho de 2007

À Disposição

Eu vou ser o seu vizinho.
Vou estar de manhã à sua porta.
Quero entrar na sua casa de mansinho,
Pra sentir o sabor da sua boca.

O seu beijo é o Deus do meu pomar.
Sua doçura ameniza o amargor
do dia-a-dia só de lhe visitar.
Minha face mostra logo seu rubor.

Quero estar, aqui, sempre perto
da mulher que suga meu afeto
e me deixa, inteiro, estremecido.

Meus relativos vão sentir inveja.
Esse carinho, tem gente que almeja.
Mas vai ser só seu, enobrecido.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Mugunzá

Vejo vivo nos olhos
seu pedido aos joelhos.
A ternura na  lágrima
faz falh`o diafragma

As suas intenções são nobres,
têm ímpeto de levar aos pobres
condições justas de trocar
e aprender a peitar as tropas.

Esteja atento, agora, aos meios
que os homens, tão cheios,
explodem em desproporção

Você submergiu no seu mundo
e crê estar certo e profundo,
mas se afoga nessa confusão.

sábado, 16 de junho de 2007

Enternecer

Preciso balizar a diplomacia
pois, todas vantagens que a aprazia,
se perderam na pouco sugestionável
mulher, sensata ao inquestionável

Tenho, mesmo, aspirações maiores
de trazer-lhe todo dia as flores.
Clamar por sua indulgência
E me fazer sua nobre vigência

Aguardo, ansioso, o lapso
que lhe trará em colapso
para nossa fusão verter

Do fuso saltará a faísca
que explodirá a conquista
de nosso eterno enternecer


quinta-feira, 14 de junho de 2007

LUmiLária

Ei, coloquei sua LUminária na minha mesa
Posso te dizer, ela é firmeza
É uma boa operária pra cabeça
Solução de que, no escuro, não enlouqueça

Quando a sua sensação me pesa
E a sua ausência a mente lesa
Sua luz torna-se presente
E diz ser eu, de novo, onipotente

Faça toda essa ofuscação
Em raios luminosos em direção
Ao que considere meu ideal
Para tanto, torne-se real

Acendo-me ao me entregar a ti
Pois, todas as vezes em que repeti
O BEM que você me faz
Não foram, ainda, vezes por demais.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Te odiei com amor, me amou com ódio

Não precisa de um psiquiatra
Um manicômio não a aceitaria
Precisa de alguém que a mal-trata
Que se incomode com essa putaria

Várias vezes estivemos perto,
Mas nunca daria certo
Agora, proclamo com ardor
Meu amor: meu dissabor

Me fez despejar palavras
As quais pronunciei sem travas
Me amou com ódio um ano
Ingênuo, ao invés de insano
Te odiei com amor um ano
Ingênuo, ao invés de insano

Várias vezes estivemos perto,
Mas nunca daria certo
Agora, proclamo com ardor
Meu amor: meu dissabor

Me confessou sua inocência
Me jurou o alto do pódium
Te odiei com amor, me amou com ódio

terça-feira, 5 de junho de 2007

Tu és doido

Tá tudo tiranizado na tribo
Traquejam nas entranhas o estribo
Se toquem que os toques da tourada
dão cornos esticados à manada

Atracam nossa vida em um tronco
e crêem sermos todos como um bronco
a triturarem tolices de suas tramas
e trcocarmos trotes pelas camas

Nossa trilha é dado incerto
das maravilhas desse reto
das Damas que fazem "muié"

Retires da terra tua estaca
ou tens tu a telha fraca?
Tu és doido, é?

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Para me enterrar

Onde eu vou plantar banana?
A terra é curta e o solo engana
Dá pra aprovar o meu projeto?
Negam antes de algo concreto

Tentei entender sua burocracia
pra resolver ao que à fome sacia.
Mas é um emaranhado descabido
que corta no talo o meu pedido

Alguém me salva nesse lote!
Já penso em comprar um bote
Para poder, daqui, escapar.

Essa terra que me deram é boa,
só que que fica todo tempo a toa
a espera de alguém para me enterrar.


sexta-feira, 25 de maio de 2007

As meias sujas sobre Saramago

Saiam sujeiras do santuário
São lixo sobre luxo literário
Não são bons modos, essas meias
Ocuparem o lugar das veias

Se soubesse Saramago
Desse fétido fator
Acharia um tanto vago
A omissão de um impostor

São cegos e melhor se enxergam
Mas não estrague o olfato
Ou os aromas o apagam

Melhore o seu mau-trato
Pois convidados que chegam
Vão preocupar-se com o fato

terça-feira, 15 de maio de 2007

A vida comê-la é...

A crítica é a tática dos céticos,
esses médicos da realidade imunda.
É grude dos enfermos frenéticos
e é muda quando a merda muda

São preenchedores de espaços vagos
e animam todo o animalismo
para costurarem os rasgos
do abismo em que meteram o jornalismo.

De todos os nossos sentimentos,
em quatro anos de tratamento,
os que mais valem pra vocação
é o Amor, o Ódio e a Paixão!

São três razões pra se indignar,
seja o que for que a gente fizer.
Juntando tudo, o que é que dá?
A vida comê-la é...

sábado, 5 de maio de 2007

Contrato Universal

Você firmou Contrato Universal
com atratividades de um recital.
Isso lhe traz a segurança branda
e tira as pedras do caminho por que anda.

Embora eu não saiba lhe dizer
se creio na verdade do seu ser,
só consigo lhe espiar com dor
por não ter seu tratamento de doutor.

Espero, em longos anos, apreender
sua receita que me faça encher
desse seu ar repleto de esperança.

Aceito, com ternura, os seus condimentos
que temperam, em terapia, os momentos
para ter o seu fôlego e pujança