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INQUIETO

"Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

BRANCA



Amanheci apaixonado em ti
e se tinha receio por ti, o parti!
Vou declarar-te os anseios
pra me encontrar nos teus seios.

Estou viciado em tua chatice
e as palavras que nunca te disse,
vou despejá-las numa só frase:
Vou te comer em catarse!

Vou devorar teus assuntos
para criar em conjunto

o Universo na cama.

Nossas estrelas serão o teto,
nossa foda será o concreto
e essa vida será nossa trama.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

FODA!



O seu pisar
é ímpar.
Seus calcanhares,
pazes.
As suas pernas,
ternas.
A sua coxa,
poxa!
A sua anca
espanca.
A sua bunda
abunda.
As suas costas,
postas.
Os seus seios
cheios.
O seu pescoço
eu coço.
A sua boca,
almoço.
Os seus cabelos:
lê-los.
O seu carinho,
ninho.
O seu sorriso,
piso.
Os seus olhares,
lares
e você toda
é FODA!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Os mEUS EUS e os tEUS

Não me venha com baboseiras,
de explicar nossa existência.
As suas soluções caseiras,
acabaram em deficiência.

O mEU dEUS são os tEUS
os tEUS EUS são os mEUS
o DEUS mEU é o EU
e o EU tEU é o sEU DEUS

Há uma infinidade de deuses,
que, em conjunto fazem os meses.
Não somos só universo,
somos o verso de um pluriverso

Eu sou o DEUS do mEU EU
EU sou o mEU se for tEU
EU sou DEUS sendo tEU
E o tEU DEUS somos NÓS

Santa Hipocrisia

Papemos prontamente o papa
esse popular não nos escapa.
Tem coragem de pedir castidade
e pensa estar na antigüidade.
.....
Pra ser papa tem de estar gagá,
pra nunca poder se indagar
se as besteiras que fala
estão aos conformes da sala.
......
Ponham esse doido no hospício!
Sua doutrina traz malefício
para a cabeça de um crente.
.....
Use sempre o preservativo!
Veja o que passa no coletivo
Pra ter a verdade na mente.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Poema da Batalha

Poesia de Gabriela Correa
Música de Thiago Correa



Sabes quando aperta-te o peito?
Angustiado permanece, preso
Tente respirar com todo este peso
Sufoca a alma e o orgulho
Pensas que quero ferir-te?
Machuco a ti e a mim

Equívocos são como pedras
Atingem a cabeça que se põe a ressoar
Vibração que arde, corta coração
Retalhos de sentimentos largados ao chão
Colho-me, varro-me.

Aspire meus erros e os jogue fora
Limpe os vestígios e lustre os absurdos
Com esforço talvez se tornem glórias

Procuro a fronteira que me separa da exatidão
Sou imigrante, não tenho permissão
Choco-me com a guarda, violentamente
Mas sou fraca, perco a batalha sangrenta
Dentre tanto sofrimento hasteio a bandeira da paz

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Aurora


Se a tristeza consumir seu dia
levante-se para uma nova guia
que fará tudo a seu bel prazer,
assim que ela puder crescer.

Só se lembrará desse novo dia
que lhe matará a melancolia
e fará sempre algo por você.
É sempre assim que vai ser.

Em todas suas decepções
terá muitas outras opções
para conseguir restabelecer.

Batam em conjunto novos corações!
E esta ressonância nos dará trações
para todo dia a Aurora nascer.

Pedido de adoção



Para esse pedido de adoção
encho o meu ar de comoção
para aceitar um filho pródigo
que tenta desvendar seu código.

Conheço-lhe tão pouco,
mas sinto-me tão seu.
Prometo só lhe deixar aos prantos
e retornar para entoar seus cantos.

Quero me banhar na sua luz.
Sua geografia é que me conduz
com atitude de ripa-na-chulipa.

Quero me esbaldar nas suas praias
e converter suas guapas de saias,
pois, sou filho de Floriano com Floripa.

Fortaleza


Em um encontro inesperado no busão
foi que aconteceu, talvez, a solução.
Pena estar, em sua Fortaleza, ancorada
e eu, perdido, numa vida abandonada.

A sonegação feita no seu beijo
é, mesmo, a resposta que almejo
de uma mulher instigante no acento
que faz de minhas palavras, vento.

Só não faça desgastar meu repertório
e mê de algo mais que terno e irrisório,
pois, quero lhe ter, seja quando for.

Posso amargar a sua ausência
se estiver certo da anuência
em poder ver, sempre, a sua cor.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

À Caminho do Ninho


Avisem aos meus amigos do retorno
deste cidadão decidido e soturno
à tomar seu caminho de volta.

Avisem: ele virá de avião
e chegará nesta estação
e que virá sem escolta.

Avisem para prepararem as festas
para afinarem as orquestras
e entoarem as canções que gosta.

Sinapses Relapsas


Ao permanecer o provisório.
Improviso ao irrisório.
Minhas sinapses relapsas.
São lapsos de aspas.

Assobio o sabe-se lá.
Sabido ressabiado.
Subo sobre a sílaba,
embebido no esnobado

Excluído da centrífuga,
movimento do momento,
na favela o Rap é fuga
pra causar constrangimento.

Não há cimento,
apenas intento no acento.
Quando perdem crescem mais.
Assintótico aos demais.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Completo Desconhecido


Por um tempo,
pouco tempo,
você vem indiferente,
com ares de distância e
com olhares de desejo arrogante
de quem nada alcança.


Com a frieza de um homem pedante
que vive na ilusão, de quarto em quarto buscando
a satisfação inquietante, vazia... iludido,

de nada...

Talvez de olhares falsos insinuantes diante...
De cada mundo escondido
por trás de cada rosto banido
Por camadas de vidro,
que te mostram um caminho,
talvez escolhido, talvez encoberto.


Pelo medo do próximo passo
sozinho.
Um completo desconhecido...
Jogado do sonho
sofrido.

Pela tristeza do agora não vivido
e do amanhã já passado
remoto...

Mais uma vez iludido, engolido pelo ego,
envelhecido de possibilidades passadas,
ultrapassadas, ultrajadas...
Ferido.


De novo e ainda o desconhecido.
Continua na luz baixa do quarto,também,
esquecido.

Alguém que clama pelo próximo
pedido, embaçado, indeciso,
sozinho...

Com a imensidão aos pés,
mas com o domínio impedido...
Trancado...


Encravado nos próprios sentidos
não sentidos.
Armado de tempo passado parado,
agora fechado.
Lacrado.

Impenetrável.
Inexistente.
Insaciável.
Apagado.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Eles não vão à Daslú

A sociedade foi feita por ricos.
E pros ricos ela foi desenhada.
Se um pobre não tiver muito afinco,
Vai viver pra sempre na merda.

Se quiséssemos distribuição igualitária,
Estabeleceríamos um teto de riqueza.
Mas quem for, na pobreza, um pária,
Terá milhões de reais em tristeza.

Ilhas, mansões, carrões, Daslú.
Fome, miséria e calor no talo.
Os pobres morrem como patos, incautos
Amarrados na escravidão dos contratos.