Roubei tuas lágrimas
E fiz delas minhas
Roubei teu sofrimento
E fiz dele cimento
Roubei tua tristeza
E fiz dela certeza
Roubei tua indecisão
E fiz dela cisão
Roubei teu amor
E fiz dele clamor
Roubei tua paixão
E fiz dela meu chão
Roubei tua alegria
E fiz dela alergia
Roubei tua energia
Roubei também teu sorriso
E fiz de improviso
Assim, minha sinergia
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INQUIETO
"Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Ladrão de emoção
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Confesse
Vasos devassos
Recheios rasos
Curte o costume
Assunta e assume,
Sou vaga-lume
Não pisco
Não risco
Ar de arisco
Esquenta o esquecimento
Esquece o acento,
Sou lento
O estreito estremece
E tudo merece
Confesse!
Recheios rasos
Curte o costume
Assunta e assume,
Sou vaga-lume
Não pisco
Não risco
Ar de arisco
Esquenta o esquecimento
Esquece o acento,
Sou lento
O estreito estremece
E tudo merece
Confesse!
terça-feira, 1 de abril de 2008
Um cheiro
O seu cheiro impregnou em mim
todas as frases saem assim:
sem atingirem rumo algum,
como as palavras dignas de um bebum.
...
Mesmo sem tocar a sua pele
sinto seu corpo, sem que me rele
nennhuma parte sua, além das letras
as que encheram meu ar de tretas.
...
Pensando em você eu não escrevo
uma só frase com algum relevo
que possa, de um jeito, me explicar.
...
As minhas orações são desconexas
diante de suas expressões perplexas
que só confundem, ainda mais, meu conjungar.
segunda-feira, 17 de março de 2008
Ao Léo
De madrugada,
por que você correu de mim?
Você que amarrou os meus EUs
meus Titos, Benes, Ivans.
A sua figura me assusta
por me fazer ver minha descrença
por aumentar as possibildiades
e impestiar minha letargia
por me causar inveja
por limitar meus olhos
por enchê-los de lágrimas
Por me fazer ver
um mundo por outro prisma
Me ajude a retornar ao meu tempo
ao seu, ao nosso tempo.
Torne-se minha Lúcia,
minha Lena, minha Bia
apague meu pedro interior
acenda meu Rui
não me ponha Pingos
seja minha Vânia
minha Raquel
me ajude a viver
ao Léo.
terça-feira, 4 de março de 2008
Pós-caldense
Seus morros me fazem planar.
Seu frio me faz esquentar
e sua beleza, não sei quê falar.
Sou seu, em quê distância viver.
é minha, mesmo quantos tiver.
Sou Caldas se você quiser.
Sua ordem me faz divulgar.
Seu progresso tem bom paladar
e suas ruas são boas de andar.
Cada praça uma linda mulher,
cada café me domina o saber
de estar em si seja onde estiver.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Queda Ocular
Quando cheguei no solo extasiado,
mirei o teu semblante logo ao lado.
Só de te ver acelerei as sensações
dentro de mim em grandes proporções.
Vou mergulhar de ponta no teu cristalino,
entrar em queda livre no teu desatino.
O brilho dos teus olhos é a minha sina,
parece engolir meu mundo com a retina.
A tua íris é o meu céu encantador
e a tua pupila dilatada oprime a dor
que eu sentiria sem viver estes momentos.
Abrirei meu paraquedas no teu peito
pra me dissolver em ti, ser rarefeito
e poder voar, tranquilo, em teus inVentos.
domingo, 24 de fevereiro de 2008
Contradito
Ao pedir paz, brigamos.
Ao brigar, reconciliamos.
Ao querer comer, inflamos
e ao chorar, secamos.
Assim que somos, sumimos.
Se quisermos sumir, assumimos.
Ao se limpar, suínos.
Pra não acontecer
é só imaginar.
Se quiser lembrar, esqueço.
O que tem nos pés, cabeça.
O que tem nas mãos, engessa.
Para fugir sem pressa
pare de roer a mesa.
Para almoçar, a sobremesa.
Ao desconstruir, firmeza.
Ao pesar, leveza.
O reencontro é a arte do desencontro.
Para unir, desate.
Para respirar, enfarte.
Para calar, se parta.
Se quiser ficar, reparta.
sábado, 23 de fevereiro de 2008
mata_barata
baratas,
suas ratas,
se arrastam
nas arestas,
sudorizam
os ladrilhos,
não dão ares
de andarilhos,
mas insistem
em perambular.
vou causar-lhes
morte.
e o chinelo
é o chicote
pra lhes açoitar.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Nem me viu
Bem-te-vi
A tua vida vadia
evadiu.
Se envolveu nos vacilos
da vida.
Visando averbar a revira-
volta.
Se teus sonhos sadios
dormiram,
se enfadou nos caminhos
fodidos
e faliu sua chance
de mudar sua
história.
Se roeu nas raízes
dos males
e morreu sem
brincares
nessa vida
arredia.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Subtração
Poesia e foto de Raphael Alves
É sobre este estado de subtração
com milhas e milhas de falso pudor
que se apresenta em Novo Airão
e compreende o Estirão do Equador
...
E é sobre a serenidade que vive a viajar
E nem deixou seus votos por aqui
Não me encontrou em Amaturá
tampouco achou-me em Beruri
...
É sobre o ladrar dos cães
e sobre o silêncio que já descansa em paz
É da cor de Alvarães
e da textura de Codajás
...
É ainda o porquê destas palavras afins
que jorraram pela semana inteira
ao nascerem em Tonantins
e seguirem para São Gabriel da Cachoeira
...
E nunca quis soar estranho
com pretensões de mundos inteiros
Pois não foi várzea nem castanho
Refiro-me aos Careiros
...
Mas sempre foi sobre a descrença
deitada nua em pleno divã
que sequer fora a São Paulo de Olivença
mas implorava por Benjamin Constant
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Torresmo
A Saudade
essa vadia
dá pra todo mundo
a qualquer hora
por qualquer coisa
em qualquer dia.
Quero afogá-la
em lamentações
e expulsá-la
pr´outras estações.
Só quero ter
saudade
da Saudade mesma
e sair ileso
de virar
dá pra todo mundo
a qualquer hora
por qualquer coisa
em qualquer dia.
Quero afogá-la
em lamentações
e expulsá-la
pr´outras estações.
Só quero ter
saudade
da Saudade mesma
e sair ileso
de virar
Torresmo.
domingo, 10 de fevereiro de 2008
Paixão Interrompida
Desajustados, batem meus ventrículos
e minha face obedece aos ventríloquos
que ajustam o caminhar da minha boca,
oca, capaz de entoar só essa voz rouca.
Só tem sangue venoso nos meus átrios.
Esvaem-se os vastos adjetivos pátrios
por cederem espaço à paixão sadia
afogada em doses extras de covardia.
Romperam-se as funções das válvulas
e, se puder lhe reciclar, salvo-las,
para poder restar alguma parte minha.
Sua ausência desconjuntou os batimentos
e, por ora, os meus olhos são lamentos
de um coração a morrer de arritmia.
e minha face obedece aos ventríloquos
que ajustam o caminhar da minha boca,
oca, capaz de entoar só essa voz rouca.
Só tem sangue venoso nos meus átrios.
Esvaem-se os vastos adjetivos pátrios
por cederem espaço à paixão sadia
afogada em doses extras de covardia.
Romperam-se as funções das válvulas
e, se puder lhe reciclar, salvo-las,
para poder restar alguma parte minha.
Sua ausência desconjuntou os batimentos
e, por ora, os meus olhos são lamentos
de um coração a morrer de arritmia.
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