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INQUIETO

"Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

aSósCiados

Sim, sou seu
assunto
assumido
e sinto-me
sumido
de mim.

Assim, sento-me
no sotão
do sentido
tecido
em seu
cetim.

Eu sinto
ser tão...
só,
sucinto,
sem lhe
sitiar.

Mas antes
de seguir,
aceite
essa receita:
solte-se
e sinta-me.

E o sonho
sai em seu
sorriso
num só
serviço
a nos saciar.

sábado, 1 de dezembro de 2012

+QimperFeito

Sem coragem de dizer,
de assumir vontades,
as mais íntimas
guardadas no seio,
com medo e vergonha.

Por ser tão duro dar,
a quem mais quis,
o que menos queria,
ter de deixar
silentes os gritos.

Oa abraços não dados,
os beijos suprimidos,
os suspiros,
agora, resquícios
do que não fomos.

Após nos reinventar,
tirar-nos defeitos
e nos preparar,
esquecer-nos
sem leito.

perdiDAMEnte enDiaBrado


Dentro de mim, o magma que aguarda
muda, constante, as chamas desta farda.
Nos olhos, mostra-se o lume esperado
e o som retumba os ares do meu brado.

O sangue ferve diante do fulgor da lava
e me derrete a paciência que pairava
para a corrente incontinente do torpor
a despejar, em fogo afora, o interior.

Capaz de reformar as redondezas
e apagar para criar novas belezas,
devasta as velhas vias do passado.

Cinzas anunciam em sutilezas,
cingidas pelas muitas miudezas,
 um SER refeito por realizado.

domingo, 11 de novembro de 2012

inTeNTona


Atine-se à tônica da jornada,
que a cada tentativa intentada
acrescem impostura na labuta
pra lhe fazer continuar na escuta.

Mas lute contra a luta imposta
que se fizer da outra forma oposta
será contrário ao que, de fato, quer,
indisposto pra peitar o que vier.

Só pode ter, pra si, a vida,
ao viver em constante despedida
da obrigação de estar integrado.

Cada batalha falha, dissuadida,
será a rebeldia, assim, percebida
por tornar o imposto estatelado.


Justa Causa

Atrasados, seus olhares perdidos,
desencontrados,
não buscam a mesma linha.

Aos trancos, seus traquejos
desajustados,
estremecem ao se esforçarem.

Seus impassíveis pulsos,
desempregados,
se distanciam em silêncio.

E seus calados sentimentos
remanescentes
não bastam a lhes justificarem.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

susPiro

Faz-me brotar,
abrupto,
em solo fértil.

Faça-me viver
de novo e
lhe louvo.

Guie-me por
seu corpo
sem rumo.

Instrua-me
entre seus
sentidos.

Assunte-me
seu sumo
e eu piro.

Faça-me
ser seu
suspiro.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

passarinho

"Sem saber,
ao não querer
me ver,
você
me fez
CHORAR

ainda guardava
AMOR
pelo amigo
em DOR
que eu fiz
PASSAR"

Leseira sua
não é.
minha atitude
é ralé,
um tanto rude
e chulé.

mudo
ao seu suporte,
pront'a um
convescote,
nem me
prontifiquei.

sinto tardia
carga
d'uma vida
passada
a me por
após.

peço a você
(caso possa
agora,
meio à mora,
cortar
caminho...)

se posso ser
sozinho,
sem seu
solzinho,
por eu ser
PASSARINHO.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

direitinho


Por viver'em Singular Sociedade,
os homem'se debat'em vaidade
para saciarem seus sentidos,
darem azo aos anseios suprimidos.

Contudo, TUDO é D.A.Do. à finitude
mesmo os seres cheios de saúde.
Ao notarem, em atraso, que tolhidos,
travam guerra e todos são vencidos.

Percebendo os mesmos erros amiúde,
põ'em paz sua profana latitude
e enlatam regr'aos outros, oprimidos:

"Se cumprires direitinho, não sendo rude,
será concedida, a ti, a (vã) virtude
de esvaeceres, tu, os teus sentidos."

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

bizARria


Acompanhou Cabral em ato oficial,
fez o lobby indigenista.
Miscigenou.

Após o Apostolado,
de ter Jesus ao lado,
apôs-se a cada posse.

Nas praças
e palcos de teatros
atou triunviratos.

Atuou Contra e a Favor,
sem, nunca, se indispor.
Apaziguou.

Liderou massas cinéticas,
sem, nunca, desviá-las .
Deslanchou.

Rebelde em curto prazo,
na França, "por um acaso", 
adoeceu.

Agora, sem desculpa,
se esquece a Lupa,
o Pau Comeu!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

sentIDOS e ConSIderaDOS


Sentidos e considerados,
sintonizados
em frequencia nenhuma.

Ligados aos pedaços,
apressam o passo,
APRUMAM!

O tom que entoam
arremete à Comuna,
acumulada, atada à Coluna.

Mas quem diria?
A diferença os UNE!
Transforma-los iguais!

Em sincronia,
desorientam,
o tino dos demais.

O que ressoa
e os persuade
é o senso a se assumir.

Só se arrazoa
sobre rasuras
amealhadas cada vez mais.

Mas a maçada os arrefece,
faz a crise causar
caracóis em seu seio.

Conto-lhe m'a versão:
foi que indiquei o dedo
n'afronta ao arremedo
e à próxima direção.

Só que acataram
ao medo,
uns, só por meu gosto
azedo.

Mas nossa IRA,
insta ingerida
não nos dá saída,
faz da dor RAZÃO.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Ilusões Artificiosas


O céu não muda, como os fatos,
são as nuvens que lhe cegam,
elas se movem como os astros,
o céu é, diversamente, o mesmo.

Pela chuva, anseia o seu olfato,
mas as nuvens ali foram postas
para dissimularem um dilúvio
e lhe enviarem os ares da demora.

Fantasias desfalecem suas folhas
não há flores, ramos, não há frutos.
Só há a antiga amiga espera...
em seus soltos olhos, anuviada.

Se há desrespeito em minha fala
ofende-nos mais é quem se cala.
Ante a cada doce que se consome,
amarga-se, um tanto mais, a fome.

A vida é curta.
A morte é certa.
Pois seja em luta
franca e aberta.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

ARU barÉ


arraste em seus raivosos rios
os desarranjos dos meus desafios
e o rumo que tomar seu ramo
carregará o cancro do meu crânio.

areje os rastros do que irradio.
rarefaça a força do meu frio.
extraia os traços tortos do engano
em extrato torpe atado por tirano.

odorize as dores e os delírios
não darão direito aos desavisos
destinados a torcerem o trato.

atine-me para que os meus brios
trajem-se de seu aroma e guie-los
a sorverem o seu cenário, estupefato.

*foto de Artur Cesar